São Tiago, na primeira leitura, volta-se para toda a comunidade exortando-os, e assim a todos nós, a viver o tempo presente de modo positivo e confiante, mesmo em meio a injustiças e atropelos da vida. É preciso permanecer fiel à Palavra de Deus e perseverar na fé; evitar a murmuração e os juramentos; viver com seriedade, autenticidade e transparência. “Que o vosso sim seja sim e o vosso não, não” (v.12).
Ao tempo de Jesus, vemos no evangelho, a legislação em vigor permitia o divórcio, favorecendo o homem em detrimento da mulher, considerada inferior a ele. Jesus vai dizer que assim se fez em razão da dureza de coração, mas aponta para o projeto primordial de Deus sobre a união do homem e da mulher. À luz do Gênesis, Jesus afirma que a união do homem e da mulher é a meta de uma plenitude humana, desejada por Deus, fonte de bênçãos, de felicidade e de realizações. Não é o homem que toma posse da mulher, nem o contrário, mas ao se casarem, fundados no verdadeiro amor, ambos se enriquecem mutualmente. A união matrimonial procede de Deus e é um verdadeiro “sacrilégio”, um desrespeito ao que é sagrado, contrapor-lhe um projeto humano de separação e divergência. O homem e a mulher levam em si a imagem do “Deus amor” e, ainda que na diferença, são chamados a ser uma só coisa no matrimônio (v.8). A ninguém é permitido quebrar esta união (v.9). O amor verdadeiro, quando assim o é, é indissolúvel. Essa é a vontade do Pai.
Sei ser paciente e perseverante no enfrentamento das provações da vida? Confio na graça de Deus e colaboro, fazendo a minha parte, para superar contratempos e dificuldades encontradas? Tenho me dedicado, como convém, à família que Deus me confiou?
Senhor, meu Deus, bendito és Tu por tua compaixão e misericórdia. Só em Ti encontro horizonte e sentido para a minha vida. Fortalece a minha vontade sempre frágil. Que eu conheça e acolha, a partir da família, teu projeto de amor e felicidade em bem da criatura humana, da mulher e do homem. Amém.
Pe Marcelo Santiago