São Tiago, na leitura de hoje, concluiu o que havia dito, em texto anterior, recordando que não se deve invocar o nome de Deus em vão. Hoje ele nos exorta à oração frequente. Toda a nossa existência, nas diversas situações, tristes ou alegres, pode e deve ser acompanhada pela oração. A intervenção de Deus, invocada na oração comum, toca o homem na sua totalidade, corpo e espírito, ergue-o da doença e de todo pecado (V. 15). “Pedi e recebereis” nos ensina Jesus.
No evangelho, vemos os discípulos tentando afastar as crianças de Jesus não porque elas o incomodavam, mas porque à semelhança das mulheres, representavam pouco ou quase nada. Era uma mentalidade comum à época que, em consequência, entendia que o Reino de Deus não era para elas, mas para os adultos, estes sim capazes de opções conscientes e de obras correspondentes. Para Jesus, era tudo o contrário: o Reino é um dom de Deus, que é preciso receber com disponibilidade. As crianças, lembrando os pequenos e pobres, são, em verdade, as mais disponíveis, pois não trazem seguranças ou privilégios, apenas dependem dos outros. Assim, ensina Jesus, devem ser os seus discípulos, todos nós (v.15). De fato, o Reino não é uma conquista pessoal, mas dom gratuito de Deus, em seu Filho Jesus. Ele deve ser esperado e acolhido com simplicidade e confiança. Como as crianças do evangelho deixemo-nos abraçar e ser abençoados por Jesus.
Sou uma pessoa de oração? Rezo diariamente louvando, agradecendo e suplicando graças e bênçãos para mim, para os s meus, e rezo também nas várias intenções? Procuro viver com simplicidade e confiança em Deus, faço também a minha parte? Discrimino ou trato mal as pessoas, sobretudo os pobres?
Senhor, meu Deus, como é grande o teu amor, a tua misericórdia para comigo. Ajuda-me a conservar e a fazer crescer em mim os teus dons. Que em cada momento, em cada situação, boa ou difícil, eu possa me dirigir a Ti, pela oração, para saborear a tua presença. Tu és o meu refúgio, Senhor. Amém.
Padre Marcelo Santiago