Comemoração dos Santos apóstolos-mártires
São Filipe e São Tiago
Filipe foi dos primeiros discípulos a ouvir o chamamento do Senhor: "Segue-me". Pôs-se imediatamente ao serviço do Senhor e, bem depressa, começou a dedicar-se à missão. Segundo a tradição, ele evangelizou a Turquia, onde morreu mártir. São Tiago, o Menor, filho de Alfeu, era primo de Jesus e escreveu a Carta de Tiago. Foi testemunha privilegiada da ressurreição do Senhor (cf. 1 Cor 17, 7), ocupando um lugar proeminente na comunidade de Jerusalém. Depois da dispersão dos Apóstolos, nos anos 36-37, aparece como chefe da igreja-mãe (At 21, 18-26). Morreu mártir por volta do ano 62.
Paulo, na primeira leitura, dirigida à comunidade de Corinto, deixa-nos perceber a importância que a tradição tinha nos começos da comunidade cristã: "Transmiti-vos o que eu próprio recebi" (v. 3). É através da tradição apostólica que chegam até nós as notícias referentes ao evento histórico-salvífico da Páscoa do Senhor. O texto de hoje contém uma profissão de fé que remonta aos primeiros momentos da comunidade cristã: "Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras; apareceu a Cefas e depois aos Doze." (vv. 3-5). Anunciar ao mundo essa “Boa Nova” é a missão dos Apóstolos e de todos nós cristãos. Só pela participação na Páscoa de Cristo, é que seremos salvos.
O evangelho transmite-nos o diálogo entre Jesus e Filipe, precedido da autorevelação de Jesus a Tomé: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" (v. 6), para chegar ao Pai. Jesus também fala a Filipe do Pai. Por meio de Jesus, podemos conhecer o Pai, desde já, podemos "vê-lo" e assim acreditar na total comunhão que une Jesus a Deus Pai. As palavras de Jesus revelam-nos a comunhão que o liga ao Pai. Acolhê-las é aplainar, é acertar, a estrada para chegar ao Pai. O mesmo se diga das obras de Jesus. Acolhidas na fé, também são caminho para compreender a identidade de Jesus, a sua relação com o Pai e a nossa relação com ambos.
Dou testemunho de Jesus, crucificado-ressuscitado, Deus Salvador, com as obras que realizo? No segquimento a Ele, esforço-me para, em tudo, fazer a vontade do Pai? Vivo, verdadeiramente, uma vida de comunhão com Deus e com os irmãos/ãs?
Mostrai-me, Senhor, o teu rosto e serei salvo! Quero acolher a salvação que vem de Ti, contemplando o teu rosto, paterno e materno, cheio de misericórdia. Concede-me penetrar na ternura do teu coração. Que eu saiba contemplar o teu rosto também no rosto dos meus irmãos e irmãs, dos que vivem comigo, trabalham comigo, daqueles para quem eu vivo e trabalho. Amém.
Pe Marcelo Santiago