O batismo de Cornélio e de sua família, passo decisivo na abertura do evangelho aos pagãos, foi oficialmente comunicado às autoridades da Igreja de Jerusalém. Mas os ambientes judeu-cristãos levantaram problemas e, quando Pedro chegou a Jerusalém, pediram-lhe explicações. Ele explica o passo dado, mostrando que a “efusão do Espírito” incluía os pagãos. Os argumentos de Pedro acalmam os opositores, que reconhecem a ação de Deus; ou seja, reconhecem que a evangelização deve ser levada a todos e que os pagãos não precisam de se tornarem, previamente, judeus, nem de serem circuncidados e observarem a Lei, ao modo da Lei de Moisés. Assim a missão entre os pagãos, na fidelidade ao evangelho, ficava oficialmente autorizada. A ação de Pedro, que inicia a missão entre os pagãos, uma vez aprovada pela Igreja, torna-se ação da própria Igreja, conduzida pelo Espírito Santo. Foi graças a essa compreensão que a Palavra de Deus chegou, aos dias de hoje, até nós, dirigida a todos(as).
No evangelho, Jesus se apresenta como o Bom Pastor. Ele é a “porta” do redil, por onde as ovelhas, que somos todos nós, deveremos entrar. É Ele quem dá a vida pelas ovelhas. Veio para servi-las e não para ser servido por elas, diferentemente dos maus pastores. Conhece-as e elas o conhecem, conhecem a sua voz. Ele veio “para que tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Confiemos n’Ele para chegarmos a esta meta.
Sou ardoroso no anúncio/testemunho de minha fé? Vivo a fazer distinções, como se fosse melhor que os outros? Em qual porta estou entrando, na “porta que é Jesus” ou na “porta do mundo”, dos vícios, desregramentos e pecados?
Ó Jesus, Bom pastor, quantas vezes, também eu, tenho medo de me deixar guiar por Ti, preferindo outros pastores. Querendo fugir ao teu rebanho, deixo-me envolver pelo rebanho dos que caminham sem rumo e sem esperança. Dá-me a tua luz, para que eu compreenda que Tu és a luz, o guia, o caminho, a porta por onde as ovelhas devem entrar. Amém.
Padre Marcelo Santiago