Caros irmãos e irmãs!
Hoje Jesus, no evangelho de Mateus, nos apresenta três invectivas éticas sobre a fé, quais sejam:
1) Não dar aos cães as coisas santas e nem aos porcos pérolas;
2) Faça aos outros o que deseja que vos façam;
3) Porta estreita e porta larga...
Mas, o que será que o Senhor nos quer comunicar? Acredito que Jesus quer dizer sobre o encontro que haveremos de ter com Deus no cotidiano de nossas vidas. Esse encontro exige de nós permanência e observância.
Que isso significa?
Ora a permanência junto a Jesus Cristo faz com que nossos olhos estejam abertos à observância da Palavra em nossas vidas e na vida da Igreja. Quando estamos atentos à vida, iluminada pelo Verbo Eterno, sabemos a quem devemos seguir, por quem devemos nos deixar conduzir. Ter nossos passos iluminados pela Palavra de Deus é nos dispor ao encontro com Deus diariamente.
É o observar e permanecer...
Se queremos ser configurados a essa Palavra, antes de mais nada devemos vivê-la pela aproximação e permanência, pelo professar o que se sente.
Vivendo dessa maneira, iremos anunciar a Palavra, daremos uma resposta à permanência de alguém que no-La anunciou, que nos ensinou a observar e viver, nos contagiou e animou.
Quando assim procedemos, a vida se multiplica em dons eternais e descobrimos o que significa “faça aos outros o que deseja que vos façam”. O que de fato desejamos? Estar diante do tesouro de nossas vidas: a Palavra do Senhor. Portanto, comunicá-la é sempre desejo permanente de que ela nos seja comunicada. Se queremos um mundo animado pela Palavra devemos ser animados por Ela e anunciá-la a todos.
Mas, como podemos perceber, trata-se de um exercício contínuo e será esse exercício, esse esforço que nos levará à porta estreita do discipulado, que nos levará ao abraço da cruz do dia a dia, do ir atrás de Jesus em seguimento. Essa é a porta estreita que buscamos encontrar. Só a encontramos na missão e no discipulado.
Por isso, não devemos nos juntar aos cães e ou aos porcos que desprezam a Palavra, nosso alimento e nosso tesouro. Não estar em comunhão com a perversidade do mundo é essencial às nossas vidas para que não sejamos devorados e despedaçados por toda sujeira que contaminou a história da humanidade: ódio, corrupção, injustiça, desprezo pelo bem.
Nossa busca pela permanência junto à videira, significa a observância, a comunicação do que observamos, na busca contínua pela porta estreita que nos leva à vida em plenitude.
Paz e bênçãos!
Pe. Jean Lúcio de Souza - Vigário Paroquial da Paróquia Sagrado Coração de Jesus.