A Palavra de Deus que a liturgia de hoje nos propõe convida-nos à vigilância: o verdadeiro discípulo não vive de braços cruzados, numa existência de comodismo e resignação, mas está sempre atento e disponível para acolher o Senhor, para escutar os seus apelos e para construir o “Reino”.
A primeira leitura faz um elogio à sabedoria, exortando o povo a seguir no bom caminho, na aliança com Deus e na observância de seus preceitos. Só assim se alcança a felicidade, a libertação e a paz. É preciso vigiar, discernir entre os valores efêmeros, passageiros, e os valores duradouros.
A segunda leitura apresenta Abraão e Sara, como modelos de fé no Antigo Testamento. Atentos aos apelos de Deus, empenhados em responder aos seus desafios, eles conseguiram descobrir os bens futuros nas limitações e na caducidade da vida presente. É essa atitude que o autor da Carta aos Hebreus nos recomenda: viver a fé, esperando a concretização dos dons futuros que Deus nos reserva e caminhar pela vida como peregrinos, sem desanimar, de olhos postos na pátria celeste.
O Evangelho apresenta, com parábolas, uma catequese sobre a vigilância. Propõe aos discípulos de todas as épocas uma atitude de espera serena e atenta do Senhor. Ele vem ao nosso encontro para nos libertar e para nos inserir numa dinâmica de comunhão com Deus. O verdadeiro discípulo é aquele que está sempre preparado para acolher os dons de Deus, para responder aos seus apelos e para se empenhar na construção do “Reino”. Diz-nos Jesus: “Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas” (v. 35).
Onde está o meu coração, que tesouros eu trago? Busco tão só bens passageiros ou estou atento aos bens que não passam? Guardo-me na constância da fé, sou perseverante e vigilante?
Senhor, meu Deus, reconheço-me pecador (a). Fortalece a minha fé e me faz atento aos teus apelos. Que eu possa, com vigilância, em tudo fazer a tua santa vontade e alcançar, um dia, a herança que prometeste. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago
Pároco