Hoje celebramos a memória de Santa Clara. Nasceu em 1193, na Itália. Ela abraçou o ideal de São Francisco de Assis e com ele fundou a ordem das irmãs Clarissas. Viveu vida pobre, desapegada dos bens materiais. Passou acamada mais da metade de sua vida. Fez de seu sofrimento uma oferta agradável ao Senhor. A Eucaristia era sua fonte de vida. Morreu em 1253.
Na primeira leitura, Ezequiel, valendo-se de imagens e símbolos, profetiza a queda de Jerusalém nas mãos dos caldeus e a deportação do resto do povo para o exílio. Com isso tira as esperanças dos que já se encontravam cativos na Babilônia. A razão disto é a “cegueira religiosa” de um povo rebelde que se afastou da Aliança com o seu Deus. A pedagogia de Deus, em vista da conversão do povo e de um futuro feliz, passa pelo castigo. Mas triunfará a misericórdia divina.
No evangelho, Jesus fala sobre o perdão das ofensas. Diante do judaísmo que preconiza o perdão tarifário, em algumas vezes, e vendo a prática misericordiosa de Jesus, Pedro se arrisca a perguntar a Jesus se deve “perdoar até sete vezes” (v.21). A resposta de Jesus é dada em fórmula de parábola que liberta o perdão de qualquer tarifa, para fazer dele o sinal da presença do Reino na terra. Ao final, diz Jesus: “é assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão” (v.35). Deus nos perdoa se também soubermos perdoar. Mas enquanto a nossa capacidade de misericórdia é limitada, a de Deus é infinita. Precisamos aproximar a nossa misericórdia para com os irmãos (as) da misericórdia de Deus. Ele é extremamente generoso conosco.
Sou misericordioso com meus irmãos (as)? Sou capaz de perdoar? Confio no perdão divino, em sua misericórdia infinita? Vivo sob a luz de Deus ou com cegueira espiritual?
Senhor, Meu Deus, sou como os servos da parábola, generosamente perdoados por Ti, mas nem sempre igualmente generoso com os irmãos (as) que me ofendem. Tenho memória curta, e depressa esqueço que me perdoaste, tornando-me credor exigente que quer pagamento imediato, até ao último centavo. Livra-me, Pai misericordioso, de tanta arrogância e esquecimento, Tu que tanto me perdoaste. Dá-me um coração semelhante ao teu. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago
Pároco