Na primeira leitura, na fórmula de oráculos, Ezequiel no Antigo Testamento se serve do simbolismo matrimonial para indicar as relações entre Deus e o seu povo. Aqui, Israel, apesar de cercado de carinhos, é acusado de ter sido infiel ao Senhor, de se prostituir e oferecer culto aos ídolos. Apesar disso, maior é o amor de Deus por seu povo. Ele continuará fiel, mesmo diante da infidelidade do povo e há de lhe preparar um futuro de conversão e de volta a Ele (v.63). Para nós é um alerta: não podemos romper a aliança “nupcial” em que Cristo é o esposo e atirar-nos aos braços das falsas divindades, transformar em deus o dinheiro, o prazer, a glória, o poder, a violência...
No evangelho, Jesus recorda o desígnio do Criador que ao criar homem e mulher os criou para um matrimônio indissolúvel, para a comunhão no amor. Ele então nos faz compreender que o divórcio, a não ser em caso de união ilegítima, é fruto de uma sociedade permissiva e como tal é um mal social, por ser alheio ao verdadeiro amor. Que o amor, a entrega e a fidelidade sejam “tônicas” para a vida familiar e conjugal.
Procuro viver a Aliança com Deus ou me prostituo com idolatrias, infidelidades e pecados? Dedico-me, com amor, entrega e fidelidade, àqueles que Deus me confiou em família? Sei perdoar, estender a mão, refazer, quanto possível, o tecido familiar?
Senhor, meu Deus, considera a tua Aliança, apesar de meus pecados e infidelidades. Não me abandone. Dá-me a alegria de amar e servir, a partir da família que me confiaste. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago
Pároco