Na primeira leitura, o profeta Ezequiel fala de um novo êxodo, de uma nova libertação que Deus, em seu amor e poder, haverá de realizar em favor de seu povo. Ele vai transformar o seu povo a partir de dentro. O “coração de pedra”, duro e insensível será substituído por um “coração de carne”, isto é, um coração capaz de amar e de ser amado, dócil, acolhedor, em sintonia com o coração de Deus, vivificado “pelo seu espírito” (v.27).
No Evangelho, Jesus compara o reino de Deus a um banquete de núpcias que o Pai faz realizar para o seu filho. Era de se esperar uma enorme e bem sucedida festa, mas surgem os imprevistos. Os que primeiro foram convidados recusaram participar. É o antigo Israel que recusa o Messias. Já os novos comensais, convidados num segundo momento, formam o novo Israel, a Igreja. Ela, chamada à santidade, deve buscar a conversão, deve estar atenta para conservar a veste nupcial. O ensinamento é este: quem entra na sala nupcial não pode pensar que tem a salvação garantida. Embora, na aliança celebrada em Jesus, a entrada seja gratuita e oferecida a todos; para o “banquete eterno” se exige dos seus participantes a veste nupcial, o “revestir-se de Cristo”.
Meu coração é de pedra ou de carne? Deixo-me conduzir pelo espírito de Deus ou pelo espírito do mundo? Busco me converter a cada dia, revestindo-me de Cristo? Sou dócil aos apelos de Deus, ao chamado e à missão que Ele me confere?
Ó Senhor, meu Deus, dá-me um coração novo, animado por teu Santo Espírito, dócil aos teus ensinamentos e preceitos; um coração capaz de amar e servir, como o coração de teu Filho Jesus. Que eu me deixe purificar e possa me saciar do sangue e da água que dele brotam para me tornar criatura nova em tua Igreja e no mundo. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago
Pároco