Hoje celebramos a memória de São Bernardo, um dos pais da Ordem Cisterciense. Ele nasceu em 1090 e morreu em 1153. Uniu o estudo e a contemplação à ação, à obediência e ao bem da Igreja. Dedicou-se às graves questões político-religiosas de seu tempo; foi um grande mestre espiritual e devoto da Virgem Maria. Seu exemplo nos estimula à oração e à ação, a caminhar sempre como filhos/as da luz.
Na primeira leitura, vemos como que a história de Israel, marcada pela infidelidade do povo a Deus e, em consequência, por tantos castigos, terá um final feliz. Deus é fiel e fará com que o povo regresse à sua terra, como narra, antecipadamente, o profeta Ezequiel através de uma visão: Deus vai regressar a Jerusalém, habitar o novo templo, viver no meio do seu povo. A glória do Senhor encherá o templo. A restauração de Israel é para sempre e a presença de Javé (Deus) no meio de seu povo é definitiva (v.7). Ao contrário de Ezequiel, nós sabemos que a história não acaba aqui. A presença verdadeiramente definitiva de Deus, no meio de seu povo, não será no templo, mas na “carne humana” de Jesus Cristo, o Emanuel, o “Deus conosco”.
No Evangelho, Jesus nos previne contra o perigo da discrepância entre o dizer e o fazer; entre o ensinamento e o testemunho. Jesus denuncia a hipocrisia dos fariseus e escribas, pois legislam para os outros, mas não cumprem o que dizem. Precisamos estar atentos em agir com coerência com o que ensinamos e anunciamos. Precisamos nos decidir por Cristo, só Ele é nosso “guia”. Precisamos compreender que a verdadeira grandeza do cristão está em ser pequeno e sua verdadeira glória, em ser humilde. Tudo o mais é relativo.
Confio na graça e na misericórdia de Deus? Busco, permanentemente, fazer um “êxodo” espiritual, deixando vícios e pecados, empenhando-me em viver com mais virtude minha vida e missão? Sou coerente no dizer e no fazer, em ensinar e testemunhar minha fé? Em que posso melhorar?
Senhor, perdoa-me se, como os escribas e fariseus, por vezes, eu pretenda ocupar o lugar que só a Ti pertence. Livra-me da pretensão de ensinar com orgulho, de legislar com arrogância, e de querer impor pesados fardos sobre meus irmãos e irmãs. Livra-me de apoderar da tua Palavra de salvação para a transformar em leis frias e áridas. Transforma o meu coração. Ensina-me a servir por amor e com humildade. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago
Pároco