Caros irmãos e irmãs,
Iniciamos mais um mês de setembro com aquela experiência de passos marcados acerca do mês dedicado à Bíblia.
Como sabemos, a Bíblia é um conjunto de livros escritos a partir da experiência da pessoa humana com Deus que o inspira, na força do Espírito Santo, compondo as letras sagradas.
Assim, a Bíblia se torna, em nosso tempo, naquele grande diálogo de Deus com a humanidade, sua carta de amor e um convite a estarmos sempre próximos D’Ele em um diálogo eternal.
Neste primeiro dia do mês de setembro, na liturgia da Palavra, a palavra sabedoria está presente de uma maneira muito interessante.
Sabedoria é saborear. O homem e mulher sábios sabem saborear a vida e o que lhe é oferecido, separando para si o que é bom e saudável, multiplicando esses dons. O homem e a mulher sem aquela capacidade de saborear a vida perde-se e concretamente afasta-se de uma vida saudável no chão deste mundo.
A sabedoria, enquanto dom do Espírito Santo é aprender a saborear Deus e aquilo que Ele nos oferece por alimento. Fazer essa escolha implica em não saborear aquilo que não é de Deus.
Chama-me a atenção, poder compreender, que somente aqueles que possuem um coração puro sabem livremente saborear as coisas de Deus por estarem sempre atentos às Suas belezas, por isso, pertencem a Deus e são um sabor maravilhoso entre nós.
São Lucas transforma essa realidade do saborear Deus em texto no seu Evangelho. A multidão que quer ouvir a palavra de Deus quer se saciar, quer saborear Deus em Jesus Cristo. Ouvir Jesus é saborear Deus, permitir-se à sabedoria eterna que nos sacia e anima.
Todos que o ouvem se saciam e a Igreja tem a primeira responsabilidade em saborear Deus e comunicar essa sabedoria ao mundo.
Quando Jesus entra na barca de Pedro, que podemos combinar sendo o símbolo da Igreja, deixa claro que a Igreja deve viver e anunciar daquilo que se alimenta, das fontes de seu saborear. Nós nos saciamos do Evangelho e da Eucaristia. Pães servidos à mesa da comunhão dos fiéis: homens e mulheres “eucaristizados”, homens e mulheres do sabor, homens e mulheres da sabedoria de Deus.
Assim sendo, descobrimos que saborear Deus nos exigirá mais e mais, pois sempre teremos sede. Exigirá de nós, que nos assentamos à sua mesa, avançarmos para águas mais profundas e, então, nos "esperançaremos" e nos alegraremos com a ação de Deus em nossas vidas e na vida da Igreja.
Pe. Jean Lúcio de Souza
Vigário Paroquial