Gosto de imaginar nossa vida como um barquinho que está a velejar. Nós remamos esse barquinho. Nós escolhemos a margem que iremos apear e essa escolha é muito importante, ela é decisiva. Em cada margem que descemos deixamos nossa marca e todas as vezes que embarcamos novamente no barquinho levamos um souvenir também pequenino, mas muito importante e que diz muito sobre o que somos e quais são nossos interesses naquela longa viagem.
Pode ser que um viajante escolha, em cada parada, um souvenir símbolo de um coração sanguinário, perverso, iníquo e essa será sua marca.
Pode ser que outro viajante, em cada parada, escolha um souvenir que será símbolo de um coração que escolheu viver livre, leve, por isso, o que carregará em cada viagem, será um souvenir de libertação, misericórdia, caridade, justiça e bem.
Lucas, neste Evangelho falava desse souvenir que traremos em cada parada.
Em cada sábado era o momento de parar a viagem, descer do barquinho e deixar-se muito de si e recolher-nos no seu coração. Jesus parou na margem da sinagoga, deixando de si misericórdia e levando para si libertação. Fez o bem!
Os fariseus também desceram naquela margem de seus barcos e deixaram de si e recolheram para si. Eles fizeram a opção contrária, sanguinários e violentos, tão preocupados com a lei que se esqueceram que o sábado era para eles símbolo de libertação e furtaram para si o souvenir da incompreensão e deixaram a traição. Fazer o mal!
Que estamos deixando e recolhendo em cada margem?
Pe. Jean Lúcio de Souza
Vigário Paroquial