Caros irmãos, caras irmãs,
Hoje celebramos a memória da Natividade de Nossa Senhora. Popularmente a chamamos de Festa de Nossa Senhora de Nazaré dada sua devoção e iconografias espalhadas pelo mundo.
Em nossa Arquidiocese possuímos dois locais específicos em que essa devoção fora constituída.
A primeira Igreja está em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, cuja devoção mantém-se viva e bem celebrada.
Encontramos outra Igreja, aqui bem perto de nós, em Santa Rita Durão, em que a devoção se liga ao título de Nossa Senhora, com sua opulenta Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré.
As comunidades acima mencionadas não só mantêm vivas suas devoções marianas sob aquele título, bem como, suas matrizes possuem um conteúdo cultural e histórico importantíssimo.
A Matriz de Santa Rita Durão teve seus primeiros registros de edificação em 1707 com várias intervenções até por volta de 1780. Edificação suntuosa e sua competência artística não fica a desejar pela beleza e volumetria. Ainda conta em seu frontão com a iconografia do milagre de Nossa Senhora de Nazaré. Se você ainda não conhece, vá visitar a comunidade, reze com o povo santo de Santa Rita Durão e contemple aquela beleza do patrimônio arquidiocesano tão carente de intervenções.
A matriz de Cachoeira do Campo, igualmente do séc. XVIII, possui uma arquitetura similar às demais construções daquele período, tendo sofrido algumas intervenções ao longo do tempo. Sua parte artística surpreende pela beleza e grande volumetria, quer seja em seus retábulos, no arco do cruzeiro e no suntuoso coro, bem como nas pinturas que ali foram plantadas. Outra Igreja que vale a pena conhecer! Quem gosta de passear, disponham-se, quando puder, a uma visita em Cachoeira do Campo, participe da Eucaristia junto com a comunidade e aproveite para vislumbrar aquele patrimônio histórico.
Depois do breve histórico, seguimos para nossa reflexão diária.
Quando meditamos os textos da liturgia de hoje, percebemos que os mesmos ligam-se ou reportam-se ao mistério da encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo. Paira então a pergunta: por qual motivo?
A resposta é imediata, ou seja, tudo na vida de Nossa Senhora se deu em detrimento dos méritos de nosso Senhor Jesus Cristo, de seu nascimento à assunção, existe uma organização na história da salvação que insere Nossa Senhora, adequando sua vida mariana totalmente à vontade de Deus, por isso, ELE a assume por ter Maria conservado em seu coração a sinceridade e a inocência de seu santo sim ao Deus de Abraão, Isaac e Jacó.
Se em Miquéias houve uma notícia triste “Deus deixará seu povo ao abandono” essa notícia teve fim em seu próprio comunicar “até ao tempo em que uma mãe der à luz”! Essa mãe adequou toda sua vida à vontade de Deus e tendo se adequado àquele bom propósito, sua pureza produziu uma resposta de vida para toda história da salvação.
Tendo produzido essa resposta de vida ao mundo Maria cantou sempre com o salmista o bem que Deus fez em nosso favor, em Jesus Cristo. Ninguém se perde, todos se encontram no amor do Coração de Jesus.
Celebrar a memória de Nossa Senhora de Nazaré é compreender que o Senhor realizou maravilhas na vida de Maria, olhando a humildade de sua serva, para que, tornando-a dom pela entrega de si, cuidasse de trazer ao mundo o Senhor da vida!
Roguemos à Virgem Mãe de Nazaré que nos abençoe e cubra-nos com seu manto livrando-nos, por sua intercessão, do mortal inimigo.
Pe. Jean Lúcio de Souza
Vigário Paroquial