Quando lemos Jó falando com tamanha propriedade sobre Deus e sobre não podermos refutar os argumentos Divinos por sermos pequenos demais diante do Eterno, somos transportados para o Evangelho de hoje com esses três momentos do chamado ao seguimento que se dão na mesma liberdade que meditávamos no dia de ontem.
O primeiro, com certeza, podemos ouvir ressoar o chamado de Jesus, mas à resposta – te seguirei onde quer que fores –, o Senhor irá expor algumas condições do seguimento, uma delas é o “sem lugar”, ser um inquieto, um peregrino do Evangelho, não ter repouso porque o Evangelho é urgente.
Num segundo momento à proposta do seguimento vem a resposta do “deixa eu ir ali sepultar meu pai”. Algo seríssimo socialmente falando, sepultar o pai. O Evangelista mais uma vez é radical, o seguimento é para dar a vida aos outros por meio da vida do discípulo que conforma sua vida à do Cristo e Nele ter a vida. Não seguir o Senhor seria abrir mão da vida para si e para os outros que sem o anúncio do discípulo permaneceram “mortos-vivos”. Deixa lá e vem comigo e te mostro a vida em abundância que você irá comunicar.
Por fim, se o Filho do Homem não tem onde repousar, não tem um lugar, e se todos os que seguem a vontade do Pai tornam-se a família de Jesus, o discípulo não tem que se despedir de ninguém, sua família agora será maior, será a família do Cristo, por isso, a mudança de caminho, porque o discípulo tem outra seara, outro campo. Ficar parado no pequeno clã, não o tornará participante da imensa família de Jesus.
Pe. Jean Lúcio de Souza
Vigário Paroquial