Memória de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão
Paulo nos convida, na primeira leitura de hoje, a praticarmos entre nós a virtude da solicitude, que também pode ser compreendida como zelo e cuidado de uns para com os outros. Solicitude como uma expressão de amor fraternal. Mas o convite é especialmente dirigido aos homens e mulheres que, pela fé, estabelecem um vínculo recíproco de solicitude pela relação marital.
Às vezes mal interpretada, a leitura de hoje quer nos colocar diante do mistério de amor que existe entre Cristo e a Igreja, que é fundamento do amor que deve existir entre esposo e esposa. Se nos afastarmos desse mistério de amor entre Cristo e a Igreja, corremos o risco de transformarmos as relações entre esposo e esposa em opressão e subjulgameto, sobretudo em relação à mulher. Aí a submissão exigida da mulher será interpretada como condição de ser obrigada a sujeitar-se, a obedecer, a subordinar-se. Quando isso acontece, os mandos e desmandos do esposo não são sinônimos de amor e ferem profundamente a reciprocidade fraternal que deve acontecer entre os dois.
Bem outra era a intenção de São Paulo nesta carta. Queria revelar-nos o profundo caráter de cumplicidade na solicitude e no amor que a relação entre esposo e esposa deve refletir. Assim como a Igreja é solícita com Cristo, também as esposas devem ser solícitas com seus maridos. Assim significa aqui uma relação direta: como a alegria da Igreja é zelar por Cristo, da mesma forma a esposa deve zelar pelo esposo. Aos maridos compete amar suas esposas como Cristo amou a Igreja. E de que forma Cristo amou sua Igreja? Servindo-a e dando sua vida por ela. Esse é o vínculo sagrado que deve unir esposo e esposa: solicitude e amor. Só assim os dois já não são dois, mas uma só carne. Esse é o grande mistério que marca o sacramento cristão do matrimônio.
Um amor assim é como uma sementinha de mostarda plantada no mundo. Vai crescendo, tornando-se forte a ponto de seu tronco tornar-se abrigo seguro; ou como fermento que leveda a massa, dando condição aos pães de saciar a fome. O Senhor nos dá condições de amarmos assim, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Ousemos confiar na presença do Espírito e nos apliquemos a fazer a diferença neste mundo. Tarefa difícil, exigente, mas extremamente necessária neste mundo adoecido.
QUESTÃO NORTEADORA: (para ser respondida mais com o coração e a vida do que com a razão e o pensamento)
ORAÇÃO DO MÊS DE OUTUBRO: Ó Deus, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis, amém.
Diác. Robson Adriano F. D. e Silva