A Igreja, acolhendo uma tradição monástica que vem do século XI, dedica o dia 2 de novembro à memória dos fiéis defuntos. Depois de ter celebrado a glória e a felicidade dos Santos, no dia 1 de novembro, festa celebrada no Brasil no domingo seguinte, a Igreja dedica o dia 2 à oração de sufrágio pelos "irmãos que adormeceram na esperança da ressurreição". Sentimos saudades, mas nada se compara ao amor que agora vivem, eternamente, junto do Pai, nos céus.
Na primeira leitura, o profeta Isaías acena, na perspectiva ainda obscura do Antigo Testamento, para uma vida em Deus, após o tempo de caminhada nesse mundo; “O Senhor Deus eliminará para sempre a morte e enxugará as lágrimas de todas as faces” (v.8).
João, na segunda leitura, confirma essa certeza que vem da fé em Jesus Cristo, crucificado-ressuscitado, nosso Deus e Salvador. Somos n’Ele filhos e filhas de Deus, herdeiros das promessas divinas, cidadãos dos céus: “Seremos semelhantes a Ele, porque o veremos tal como Ele é” (v.2).
No Evangelho, Jesus mostra em plenitude o projeto do Pai: “A vontade daquele que me enviou é que eu não perca nenhum daqueles que Ele me deu, mas os ressuscite no último dia” (v.39). A ressurreição é base de nossa fé. Se Cristo não ressuscitou, nos diz o apóstolo Paulo, vã é nossa fé, mas Ele está vivo, ressuscitado. A vida venceu a morte. De fato, nossos olhos jamais viram, nossos ouvidos jamais ouviram, nosso coração jamais pôde soldar o que Deus preparou para nós.
Vivo consciente de que a vida, nesse mundo, é breve e que devo vivê-la bem, em comunhão com Deus para que um dia eu esteja junto d’Ele nos céus? Tenho feito o bem ou o mal? Em que posso melhorar (ainda tem tempo)? Rezo sempre pelos que me precederam nesse encontro definitivo com Deus, agradecendo e pedindo que Ele os acolha em bom lugar junto a Ele?
Rezemos, hoje de modo especial, com fé: Aos nossos irmãos e irmãs falecidos, dai-lhes, Senhor, o eterno descanso, entre os esplendores da luz perpétua. Fazei que descansem em paz. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago