Paulo, falando aos filipenses, manifesta sua alegria e gratidão pela estima e caridade aplicadas a ele por aquela comunidade que o socorreu em suas necessidades. Ele vê nesse gesto um sinal da caridade de Cristo e estimula a comunidade a viver atenta às necessidades uns dos outros, partilhando bens e dons. De outra parte, vale aqui também recordar seu equilíbrio e maturidade, à luz da fé, quando diz: “aprendi muito bem a contentar-me em qualquer situação. Sei viver na miséria e na abundância... tendo de sobra ou sofrendo necessidade. Tudo posso naquele que me dá força” (vs 12-13).
Jesus nos explica no Evangelho o modo de usar os bens deste mundo. Ensina-nos que não podemos “servir a Deus e ao dinheiro” (v.13). Assim Jesus nos exorta à adesão livre e alegre ao ideal da pobreza evangélica. Se a caridade não se ligar à pobreza e à humildade, dificilmente terá as características de um ideal evangélico. Vivamos o amor traduzido em obras boas. Quem aprende a servir por amor, vive, no seguimento de Jesus, a comunhão com Deus nesse mundo para um dia celebrá-la, em plenitude e eternidade no céu.
Sou atento às necessidades materiais de meus irmãos e irmãs? Sei repartir dons e bens, sou caridoso e misericordioso com as pessoas? O que me move é a avidez e o apego aos bens deste mundo ou o desejo de servir por amor?
Senhor, meu Deus, que eu não tema a pobreza, nem anseie pela riqueza, longe de Ti; que não tema a morte, nem deseje a vida, a não ser para tua glória. Que eu não caia na ilusão de me apoiar nas minhas forças, mas unicamente me apegue à tua Palavra, meu cajado, minha segurança, meu porto seguro. É aí que encontro a verdadeira sabedoria que me conduz ao êxito; é aí que encontro a verdadeira luz, que me há de guiar, com todos os meus irmãos e irmãs, para Ti. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago