Lembramos, nessa solenidade, todos os santos e santas. Não só os que, oficialmente, são reconhecidos pela Igreja, pelo heroísmo com que viveram a sua fé. Colocados nos altares para veneração, são nossos intercessores junto de Deus e inspiração para a nossa vida cristã. Lembramos, igualmente, a “multidão incontável” que celebra a liturgia celeste junto ao Cordeiro Santo. Todos os que nos precederam no encontro definitivo com Deus e que estão junto a Ele no céu.
Na primeira leitura, do livro do Apocalipse, as visões de João trazem uma mensagem de esperança. A revelação proclamada é a da vitória do Cordeiro, do Ressuscitado. Ele transformou o caminho de morte em caminho de vida para todos aqueles que O seguem e eles são numerosos, uma multidão incontável. Eles participam doravante do triunfo do Cordeiro, numa festa eterna. Galgar a santidade é vencer as tribulações, no bom combate da fé; é alvejar as vestes no sangue do Cordeiro, ou seja, identificar-se com Jesus, o Cordeiro Santo, vivendo o discipulado missionário.
Na segunda leitura, João, em sua primeira carta, nos diz que se Deus, no seu imenso amor, faz de nós seus filhos/as, não nos pode abandonar. Ora, em Jesus, vemos já a que futuro nos conduz a pertença à família divina: seremos semelhantes a Ele. Buscar a santidade é viver a filiação divina, no filho que é Jesus, detestando o pecado, numa vida íntegra e fiel e de comunhão com Ele nesse mundo, para ser de plenitude, um dia, no céu.
No Evangelho, Jesus nos apresenta as "bem-aventuranças". Elas devem ser entendidas no contexto da pregação sobre o "Reino". É feliz, é bem-aventurado quem se entrega confiadamente nas mãos de Deus e procura fazer sempre a sua vontade; quem, de forma consciente, deixa de colocar a sua confiança e a sua esperança nos bens, no poder, no êxito, nos homens, para esperar e confiar em Deus; quem pauta a sua vida na misericórdia, na pureza; age com mansidão e promove a justiça e a paz; quem aceita renunciar ao egoísmo, quem aceita despojar-se de si próprio e estar disponível para Deus e para os outros. Fazer esse caminho é galgar o caminho da santidade, dom e missão confiada a todos os batizados.
Empenho-me em buscar a santidade de vida? Vivo, verdadeiramente, como filho/a de Deus? Aprendo com os santos/as a em tudo fazer a vontade de Deus?
Senhor, meu Deus, conceda-me a graça de Ti servir, por uma vida santa, através da acolhida e vivência das bem-aventuranças. Que assim eu possa correr ao encontro das tuas promessas, frutificando sempre em boas obras. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago