Celebramos no dia 13 de novembro o 6º Dia Mundial dos Pobres. Em comunhão com toda a Igreja, convocados pelo Papa Francisco, somos exortados a promover ações, no testemunho da solidariedade e da caridade cristã, em favor dos nossos irmãos/as mais necessitados e empobrecidos.
Para este ano, o Papa Francisco escolheu como texto bíblico inspirador o texto da segunda carta do apóstolo Paulo aos Coríntios - 2Cor 8,9:”Jesus Cristo se fez pobre por nós”.
Assim Jesus assumiu, e nos ensina, a pobreza evangélica: de condição divina, Ele se fez um de nós, doando a sua vida pela nossa salvação. Com Ele, aprendemos que a vida só tem sentido se ela é colocada a serviço, usando dos bens e dons em favor dos irmãos e irmãs, a começar da vida ameaçada.
O contexto desfavorável de mundo e de Brasil, especialmente com a pandemia da covid-19 e a desconstrução de políticas públicas, fez aumentar a pobreza entre nós: cresceu a fome, aumentou a mendicância, a miséria, o desemprego, o endividamento das pessoas, a população de rua, as doenças, a marginalidade, a dependência das drogas e do álcool... e a falta de perspectiva.
Precisamos ver no rosto do necessitado o rosto de Jesus e assim curar as feridas, também sociais, que machucam a vida de nossos irmãos e irmãs. Precisamos expulsar os males que afligem nossas famílias, comunidades e toda a sociedade. O amor, no serviço aos pobres e necessitados, é o nosso “DNA” cristão. É Jesus quem nos diz: “Dai-lhes vós mesmo de comer” (´Mc 6,34-44). E São Thiago acrescenta: “A fé sem obras fica sem valor, é morta, perde o seu merecimento” (Tg 2,17).
Isto é missão, fundada na prática de Jesus, na fidelidade aos Evangelhos, e não em ideologias e partidarismos. É missão para todos e cada um de nós; é missão para os nossos grupos eclesiais e para a nossa ação transformadora na sociedade. “Vós sois sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14).
Desejo que nossa família paroquial seja “exemplar” em sua conduta cristã, trazendo em seu coração os mesmos sentimentos do Coração de Jesus. Precisamos assistir, promover e transformar as realidades para que no compromisso com a vida, se evidencie entre nós o Reino definitivo de nosso Deus e Senhor.
Tenhamos prontidão e generosidade em ajudar os que se encontram em necessidade. Renovemos em nós as boas disposições em amar e servir, partilhando o pouco que temos com os que nada têm, para que ninguém sofra.
Trabalhemos, com o coração convertido, por uma sociedade justa e fraterna, construída ao sabor do Evangelho, como nos ensina a Igreja, defensora da vida, da dignidade do ser humano e promotora do bem comum, a serviço do Reino de Deus.
Não esqueça das palavras de Jesus: “O que fizeres ao menor dos pequenos, é a mim que o fizestes” (Mt 25,40). Ele passou a vida fazendo o bem. De fato, o exercício das obras de misericórdia (Mt 25,34-46), nos aproximam de Deus nesse mundo, atrai graças e bênçãos e são a “chave” dos Reino dos céus. O bem que fazemos aqui, de fato, tem eco na eternidade.
Pe. Marcelo Moreira Santiago