A liturgia deste domingo reflete sobre o sentido da história da salvação e nos diz que a meta final para onde Deus nos conduz é o novo céu e a nova terra da felicidade plena, da vida definitiva. Este quadro faz nascer em nós a esperança e, da esperança, brota a coragem para enfrentar a adversidade e para lutar pelo advento, pela vinda do Reino.
Celebramos, nesse domingo, em toda a Igreja, o “Dia Mundial dos Pobres”. Somos exortados a promover ações, no testemunho da solidariedade e da caridade cristã, em favor dos nossos irmãos/as mais necessitados e empobrecidos, imitando o Cristo que “se fez pobre por nós” (2Cor 8,9). O bem que fazemos nesse mundo tem valor de eternidade.
Na primeira leitura, da profecia de Malaquias, o "mensageiro de Deus" anuncia à comunidade desanimada, cética e apática, que Deus não abandonou o seu Povo. Ele vai intervir no mundo, vai derrotar o que oprime e rouba a vida e vai fazer com que nasça esse "sol da justiça" que traz a salvação.
A segunda leitura, da Carta de Paulo aos tessalonicenses, reforça a ideia de que, enquanto esperamos a vida definitiva, não temos o direito de nos instalarmos na preguiça e no comodismo, distantes das grandes questões do mundo e evitando dar o nosso contributo na construção do Reino. Deus nos faz instrumentos seus a serviço da vida e da esperança.
O Evangelho oferece-nos uma reflexão sobre o percurso que a Igreja é chamada a percorrer, até à segunda vinda de Jesus. A missão dos discípulos em caminhada na história é comprometer-se na transformação do mundo, de forma a que a velha realidade desapareça e nasça o Reino. Esse "caminho" será percorrido no meio de dificuldades e perseguições, mas os discípulos terão sempre a ajuda e a força de Deus. “É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida” (v.19).
Vivo desanimado, descrente, diante das dificuldades, ou me sinto fortalecido na graça de Deus? Faço-me instrumento de Deus a serviço da vida e da esperança? Comprometo-me com a transformação do mundo, à luz do Reino de Deus? O que me move é a esperança ou o desânimo?
Senhor, meu Deus, faze que a minha alegria consista em ti servir, de todo coração, especialmente em favor de meus irmãos e irmãs. Que esta seja a minha felicidade completa. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago