Por meio de símbolos, João, no livro do Apocalipse, apresenta um cenário que tem ao centro um trono glorioso, onde está sentado o Criador de todas as coisas (v.2). Diante d’Ele acontece uma procissão festiva, com hinos de louvor e ação de graças. Toda essa “liturgia” se dirige para o que está sentado no trono, a Deus. A Ele, e só a Ele, devemos adorar. Ele é o Santo, é Aquele que era, que é e que virá. Essa narrativa, com seus símbolos, descreve a glória de Deus, Senhor de todas as forças e de todas as coisas. Somos chamados a reconhecer que Deus é o Onipotente, o Senhor do céu e da terra; chamados a render-lhe nossas homenagens, neste mundo, na fidelidade à fé, marcando-nos pela esperança e pela perseverança, para um dia participarmos da “liturgia celeste”.
No Evangelho, Jesus, através de uma parábola, nos ensina a viver o discipulado. Ele é o Rei, o Senhor que por nós se entregou, em morte de cruz, e que seguindo para o Pai, deixa-nos a missão de continuar a sua obra, até que Ele volte. Não sabemos quando vai voltar, mas devemos, em preparação a esse encontro com Ele, fazer render, em frutos bons, o que Ele nos confiou. Importa ter frutos para lhe apresentar, quando vier. Isto vale também para nós, hoje. O discípulo é chamado a ser servo “bom e fiel”. Cada um de nós recebeu “dons e talentos” para fazê-los render, na certeza de que deles haveremos de prestar contas, um dia.
Participo da liturgia da Igreja, na certeza de me preparar, um dia, para a liturgia celeste? Espero no Senhor e sou perseverante? Tenho investido aquilo que Deus me confiou, produzindo frutos bons?
Senhor, meu Jesus, usaste uma parábola para me dizer da necessidade de produzir bons frutos. Faz-me compreender que, antes da vinda do Reino, há um longo caminho a percorrer e que eu não posso permanecer na ociosidade, se quiser receber a recompensa. Dá-me imaginação, disponibilidade e força para fazer render os dons que me deste e ajudar os outros a fazerem o mesmo. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago