João, em suas visões, no Apocalipse, contempla a luta definitiva entre a serpente antiga, personificação do mal, e o Cordeiro santo, o Cristo Senhor. O combate e a vitória final acontecerão na cidade de Deus, pátria de todos os que “foram decapitados pelo testemunho de Jesus e pela Palavra de Deus” (20,4) e lugar onde todos os que não adoraram a besta e a sua estátua recuperaram a vida e reinam com Cristo. É, portanto, a cidade da alegria; a cidade da vida que triunfa sobre a morte; a cidade de Deus que elimina toda e qualquer outra alternativa. É uma palavra de esperança, de conforto e de vitória. No fim da história, a morte já não terá qualquer poder sobre os que seguiram o cordeiro no seu caminho pascal. O texto, mais uma vez, nos exorta à perseverança.
No Evangelho, Jesus, ao terminar o "Discurso escatológico", responde à pergunta inicial: «Mestre, quando sucederá isso? E qual será o sinal de que estas coisas estão para acontecer?» (21, 7). A parábola da figueira é a resposta. Como verdadeiro mestre, Ele pede a atenção e a reflexão dos discípulos, sem lhes dar a solução pronta e clara. Prefere envolvê-los na contemplação e na compreensão do mistério que, Ele mesmo, recebeu do Pai. É um caminho talvez cansativo, mas desafiador e belo, aquele que Jesus propôs aos seus contemporâneos e continua propondo a nós. Para ler em profundidade os acontecimentos históricos atuais, e aqueles que nos esperam, Jesus oferece-nos a sua Palavra e o seu exemplo. Todos os acontecimentos, da nossa história pessoal ou da nossa história comunitária podem ser interpretados como sinais da presença divina, como dons do Senhor, como estímulo para retomarmos o caminho do Evangelho, na fidelidade aos mandamentos de Deus e a exemplo dele mesmo, o nosso Salvador.
Confio em Deus e colaboro com a sua graça? Vivo atento aos sinais de Deus na história, aos seus apelos, e me deixo conduzir pelo Espírito santo? Procuro caminhar na fidelidade aos mandamentos e à luz da Palavra de Deus?
Senhor, meu Deus, aguardo na fé a primavera eterna. Que venha o teu Reino de vida, verdade e salvação. Mostra-Te, Senhor, manifesta-Te; ergue o teu poder e vem ao nosso encontro. Maranatha: vem, Senhor Jesus. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago