Advento, por ser tempo de conversão, será sempre tempo de uma nova possibilidade de um novo caminho que deve ser seguido.
Quanto mais os corações buscarem a arrogância de certezas internas pessoais e egoísticas, tais certezas não produzirão raízes na existência, tornando a vida inconsistente, frágil, medíocre e levarão, cada um de nós, com esse comportamento, ao universo do imediato e efêmero e por assim ser, efêmero e sem sentido profundo nos afastará do encontro com o Absoluto, que é Deus!
A figura da falsa vivência da fé, alicerçada nas próprias confianças, está muito bem definida no Evangelho de hoje através dos fariseus e dos mestres da lei. Confiam demais em sua própria razão, por isso, rejeitam o batismo joanino que é batismo de conversão. Eles fecham os olhos à perspectiva do caminho que deve ser endireitado para o encontro com o Senhor e, dessa maneira, impedem que o desejo do Pai para suas vidas se torne concreto. Deixam Deus de lado e deliberadamente assumem-se como absolutos e a graça torna-se estéril, inútil eles não conseguem produzir frutos de conversão.
Quando voltamos nossos olhares para o povo e de modo especial para a figura dos cobradores de impostos, conseguimos perceber a postura contrária à postura dos fariseus e mestres da lei. Os cobradores de impostos, por exemplo, nesse episódio evangélico, não se arrogam de suas próprias convicções e assim conseguem esvaziar-se de si a cada dia para serem preenchidos da graça de Deus, endireitando seus caminhos.
Os cobradores de impostos tornam-se símbolo da conversão e saem do imediato, do momentâneo, do fugaz da vida vazia e breve sem Deus, reconhecem a justiça eterna acolhendo-a em seus corações, buscam o caminho do acolhimento do Absoluto em suas vidas, começam a viver hoje o Reino de Deus e sua justiça, portanto, tudo mais lhes será acrescentado.
Bendito e louvado seja o Senhor que nos acolhe, pecadores que somos!
Pe. Jean Lúcio de Souza