Na primeira leitura, o autor conclui sua carta mostrando o centro unificador da fé, o mistério pascal de Cristo: “O grande Pastor das ovelhas” (v.20). É Ele o Messias esperado que, pelo seu sangue, se tornou mediador de uma Aliança eterna de vida e de paz entre nós e Deus. É desta realidade que brota a novidade fundamental do culto cristão de que trata a carta. Em Jesus, nos tornamos aptos para todo bem, para fazer a vontade de Deus, o Pai, e viver uma vida agradável ao Senhor.
No Evangelho de hoje, os apóstolos chegam da missão e contam a Jesus o que fizeram. Jesus os escuta, mas não quer vê-los cair seja no triunfalismo, pelo muito que fizeram; ou no ativismo, entregando coisas a Ele, mas esquecendo dele próprio. Ele os convida a seguirem para um lugar deserto e a descansar um pouco... a estarem com Ele. Talvez andemos preocupados com tantas coisas, dizendo que é para testemunhar o Evangelho, e é mesmo, mas em verdade estamos precisando de repousar um pouco o espírito na presença de Jesus. Se a gente não se alimentar, não vamos encontrar forças para fazer o bem. E olha que o desafio é enorme. O Evangelho fala das multidões que vinham ao encontro de Jesus, com seus anseios e necessidades, como “ovelhas sem Pastor” (v.34). Jesus os acolhia, com ternura, e com compaixão. É da intimidade com o Cristo que vem a força e a alegria de servir aos irmãos e irmãs, com ternura e compaixão.
Vivo a minha fé, reconhecendo em Jesus Cristo aquele que é o caminho, a verdade e a vida? Que atalhos, que outras pseudoverdades e outros tipos de vida estão a me tentar para me desviar da centralidade da fé em Jesus? Cultivo em mim a ternura e a misericórdia? Encontro tempo para me alimentar espiritualmente com uma vida de escuta à Palavra de Deus, uma vida orante e sacramental?
Ó Jesus, venho ao teu encontro como ovelha sem pastor. Guia-me para que eu possa descobrir o caminho da vida. Transforma, Senhor, meus dias em incessantes sacrifícios de louvor ao Pai e de caridade aos irmãos e irmãs. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago