O livro do Gênesis continua a descrever a obra da criação e destaca, ao seu final, o ser humano, homem e mulher, criado “à imagem de Deus” (v. 26). A Ele, de modo especial, Deus concede o benefício da fecundidade e a responsabilidade pela criação. Somos administradores dos bens que Deus nos confiou. Aproximemos nosso coração do agir divino e assumamos o urgente desafio de defender a vida, a dignidade do ser humano, e proteger nossa casa comum, a mãe terra.
No Evangelho, ao revelar-se como o Filho de Deus, o Mediador entre Deus e os homens, Jesus relativiza as regras e preceitos humanos. Não os anula, mas mostra que são válidos se estiverem relacionados com Ele. Ele é a norma, Ele é a encarnação do mandamento de Deus, a Palavra viva. Não agrada a Deus que o homem se diminua numa religião feita de formalismos, de legalismo, que dá importância ao que não o merece. Como vemos aqui, Jesus recrimina os fariseus e mestres da lei “Assim, vós esvaziais a Palavra de Deus com a tradição que vós transmitis” (v.12).
Estamos presos às tradições que impedem a Palavra de Deus agir em nós e através de nós? Como honramos a Deus, só com os lábios, ou também com o coração? Tenho consciência que sou criado à imagem e semelhança de Deus? O que faço pra viver assim? Faço-me instrumento de Deus para cuidar da vida, em favor de meus irmãos e irmãs e do planeta?
Senhor, meu Deus, torna-me cada vez mais consciente da minha vocação humana, de modo que eu me encha de alegria por causa dela. Faz-me compreender a grandeza com que me criaste e a grande missão que me confiaste. Obrigado, Senhor! Obrigado! Quem sou eu, para que te lembres de mim? Que eu saiba corresponder ao teu amor e tornar-me alegria para os teus olhos. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago