Na primeira leitura, vemos em Gênesis 2 que para cultivar a terra, o homem é colocado num “jardim” ou “paraíso” (Éden), como costumamos dizer. Ali, ouvimos, ele podia dispor de todos os frutos das árvores, exceto do da árvore do “conhecimento do bem e do mal”. Por que desta proibição? Conhecer tudo é uma prerrogativa divina e não humana. O homem que aspira a onisciência pretende ocupar o lugar que só a Deus pertence. Esta é a razão de lhe ser proibido comer daquela árvore. Mais à frente, veremos que o homem sucumbe a esta tentação de “querer ser como Deus”; tentação, infelizmente, não rara em nossos dias.
No Evangelho, Jesus enfrenta questões legais delicadas para a mentalidade da época. Ele afirma que as coisas do mundo não são “impuras” em si mesmas. A sua pureza ou impureza depende do coração do homem. É a atitude dele perante elas, é o uso que faz delas que as pode tornar impuras. Assim Jesus nos ensina que a pureza religiosa não é exterior, mas interior. É preciso purificar o coração, o nosso íntimo. Concretamente: Purificar as intenções, os desejos, os atos da vontade e da inteligência, pois é deles que nasce tudo o que é mau.
Reconheço a minha condição de criatura diante de Deus, o Criador? Sou forte diante da tentação para comer os “frutos” da árvore do bem e do mal, ou cedo à tentação, agindo com desobediência à voz de Deus, com orgulho e autossuficiência? Meu coração é sede do bem ou do mal?
Obrigado, Senhor Jesus, pela luz que trouxeste aos teus discípulos, libertando-os da opressão de práticas religiosas vãs, com a efusão do teu Espírito. Continua a derramar em mim esse mesmo Espírito. Renova-me, Senhor. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago