Na primeira leitura, do livro do deuteronômio, os desterrados de Israel são convidados a refletir sobre as causas da sua sorte e a acolher novamente a aliança do Senhor com todas as suas exigências. O autor sagrado recorre à contraposição dizendo que se trata de uma escolha entre a vida e a morte, entre o bem e o mal, entre a bênção e a maldição. Há que fazer uma opção responsável, com todas as suas consequências. Devemos estar unidos a Deus no amor e na obediência aos seus preceitos. Esses preceitos não têm outra finalidade que não seja a de nos ajudar a percorrer os seus caminhos (v. 16) e a alcançar a sua promessa (v. 20) de vida e de bênção.
No Evangelho, àqueles que o querem seguir, Jesus apresenta o caminho da entrega de si mesmo, do sofrimento e da morte, o caminho da cruz. Era frequente, sob a dominação romana, que um condenado carregasse o braço transversal da cruz desde o lugar da condenação ao lugar da execução. Tratava-se, pois, de uma imagem tremendamente realista: seguir a Cristo é viver como “condenado à morte” pelo mundo, pronto a enfrentar o desprezo de todos. Mas é a morte de Jesus, a sua cruz, que nos dá a vida verdadeira. Daí que devemos estar prontos a perder tudo, que de nada serve, se não alcançarmos a vida. Quem quiser ser meu discípulo, diz Jesus: "tome a sua cruz, dia a dia, e siga-me” (Lc 9, 23).
Que escolhas tenho feito em minha vida? Elas estão me levando à vida ou à morte? Sou obediente aos preceitos divinos? Estou ou não, no seguimento de Jesus, carregando a minha cruz?
Senhor Jesus, ajuda-me a compreender que é renunciando a mim mesmo que alcançarei a vida. Dá-me a graça de seguir os teus passos para não errar o caminho e, seguro da tua graça, eu possa ser perseverante até o fim. Infunde em mim o teu Santo Espírito para que, unido a Ti durante a caminhada, e até ao sacrifício, contigo continue unido na glória da Ressurreição. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago