O profeta Isaías, na primeira leitura, depois de denunciar os pecados do povo (Is 58, 1), exorta à caridade fraterna (vv. 9-10a), motivada pela promessa da comunhão com Deus e da restauração do país (vv. 10b-12). Depois exorta ao respeito pelo sábado, agora visto a partir dos direitos de Deus (v. 13) e a consequente promessa de felicidade no Senhor (v. 14). Pela boca de Isaías, acolhamos a exortação de Deus à solidariedade e à partilha com os irmãos.
No Evangelho, a conversão de Levi (Mateus) concretiza a afirmação de Jesus: “Não foram os justos que Eu vim chamar ao arrependimento, mas os pecadores” (v. 32). Jesus convida ao seguimento um homem duplamente desprezível porque, como cobrador de impostos, era um explorador profissional e um colaboracionista do poder romano. Assim ele revela a liberdade total das suas escolhas. Trata-se de uma liberdade que liberta, porque nasce do amor. Levi, “deixando tudo, levantou-se e o seguiu”. A libertação e a vida nova estão orientadas para o seguimento de Jesus, para o discipulado. Uma vez libertado e tornado discípulo, Levi quer fazer da sua experiência um acontecimento de graça para outros. Por isso, organiza um banquete em sua casa (v. 29). Jesus veio ao mundo para chamar o homem pecador à conversão e à comunhão com Deus. Mas, para experimentarmos a Misericórdia, devemos reconhecer-nos doentes e pecadores. Só então poderemos experimentar a felicidade da Misericórdia, que é o próprio Cristo, que cura e perdoa. O tempo favorável é agora. Faça essa experiência.
Empenho-me em viver com caridade fraterna, tratando bem as pessoas e ajudando os mais necessitados? Vivo o “Dia do Senhor”, como encontro especial com Deus e com minha comunidade, participando das celebrações dominicais e das iniciativas de minha comunidade? Como Levi (São Mateus), ao chamado de Jesus, sou capaz de “deixar tudo, me levantar e segui-lo? Como vivo a minha vida: com orgulho e vaidade ou com humildade e simplicidade? Reconheço-me pecador, necessitado da misericórdia de Deus?
Senhor, Tu podias separar-Te dos pecadores, porque não precisavas de penitência, nem de experimentar o sofrimento. Mas quiseste misturar-te com os pecadores e com os doentes para derramares, sobre todos, a tua misericórdia que salva. liberta e cura. Perdoa-me se, tantas vezes, fechei as mãos e o coração à indigência material e espiritual de quem me rodeia, por me julgar melhor que os outros. Quero abandonar as minhas falsas seguranças, para melhor te seguir, Senhor. Tem misericórdia de mim. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago