Caríssimos e caríssimas,
O tema da humildade volta novamente à liturgia de hoje. A caminhada de aprendizado dos discípulos, por vezes é fragilizada pela incompreensão da mensagem de Jesus de tal maneira que um lugar de destaque é requerido em favor de alguns discípulos, neste momento a inveja é semeada entre os discípulos, tudo isso ocorre em meio à narrativa da agonia do Filho do Homem.
Quão angustiante deve ter sido para o Senhor perceber a imaturidade dos discípulos que não ouviram sua Palavra!
Diante da presente situação o Senhor chama os discípulos à responsabilidade do compromisso surgido no chamamento, um retorno à sua vocação apostólica originária, um ingresso definitivo às realidades da fé, ou seja, não cabe a opressão entre os seguidores de Jesus, aqueles que aceitaram seguir o Senhor devem se dispor ao serviço como ato contínuo de um Deus que ama servindo, um Deus que se esvazia de si para nos preencher com seu amor.
A proposta cabe a todos nós como um ato de humildade e serviço dentro da comunidade dos fiéis.
A igreja não deve ser o lugar da opressão, mas da libertação. A igreja não deve ser um reino com seus súditos, mas deve ser o lugar do serviço e da doação. Aqueles que são batizados e que desempenham seus vários carismas e dons dentro da comunidade dos fiéis quer sejam os clérigos, quer sejam os leigos, nas associações, paróquias, dioceses, famílias religiosas, em nossos lares devem compreender que nosso lugar não é o lugar do destaque, do brilho, das joias, do “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, nosso lugar é o lugar dos operários da vinha, dos lavradores que são chamados a qualquer tempo para trabalhar e não reinar, somos os pescadores de homens, somos os anunciadores e não os senhores de uma pequena gleba eclesial.
Não nos permitamos angustiar o coração do Senhor por nossa falta de humildade e zelo no serviço ao Reino de Deus.
Pe. Jean Lúcio de Souza