O tema da audiência à Palavra de Deus retorna no dia de hoje com uma mensagem muito interessante sobre a unidade que se firma quando ouvimos retamente o Senhor.
O profeta Jeremias comunica ao povo a Palavra de Deus que se preocupa com a dureza do coração dos herdeiros da promessa. Eles não ouvem a voz de Deus, não aceitam os enviados de Deus e criam obstáculos para uma vida de unidade com o Senhor. A relação torna-se insuportável e insustentável. É uma nação que não escuta a voz do Senhor e assim procedendo tem sua fé levada ao ressecamento e morta é retirada, arrancada da boca do povo, ou seja, já não professam a realidade do que crêem.
O salmista volta a insistir conosco, como no 2º Domingo e 3º Domingo: de um lado o lampejo sussurrante de que a graça Deus vem a nós à medida de nossa confiança em Deus e por óbvio ouvir hoje a voz do Senhor é a porta aberta para que a graça entre e permaneça.
Interessa-nos também, retomarmos aquele desejo Paterno de Deus: este é o meu Filho amado, escutai-O, hoje...
Se fizermos uma ligação do pedido do Pai, no evangelho da transfiguração e o comportamento negativo da comunidade que não compreende a ação de Deus em Jesus Cristo, perceberemos que a profecia de Jeremias se dirige também àquela geração e possivelmente à nossa geração.
Espantados com a ação de Jesus, mas não querendo reconhecê-lo como o Cristo de Deus o acusam de uma ação demoníaca e vilipendiando a ação do Espírito Santo que está com Jesus, tornam-se réus de sua própria fé.
Na verdade, um coração endurecido à graça de Deus que fecha os ouvidos à Palavra Eterna, tem todas as suas defesas desfeitas e perdendo a vida nas mãos do assaltante entrega-lhe toda esperança que brotou em seus corações pela ação do Espírito de Deus.
Quando agimos deste modo, recusando dar audiência à Palavra, não buscamos a unidade em Jesus, o Filho amado do Pai e deixando de escutar sua Palavra que é Palavra do Pai e não agindo na graça e no amor do Espírito de Deus dispersamos, criamos divisões, dissensões, transformamos nossas casas, as comunidades eclesiais, transformamos nossas vidas em um palco de guerras e desesperos desmedidos. Nossa fé morre e é arrancada de nossas bocas porque nossos corações se separaram de Deus.
Pe. Jean Lúcio de Souza.