Caríssimos irmãos e irmãs,
Que textos intrigantes temos diante dos olhos neste dia! O conjunto que a Liturgia da Palavra nos apresenta está repleto da esperança que Isaías deseja comunicar a todo povo de Deus sobre a alegria da presença do Senhor no meio de seu povo, contudo, igualmente, não deixa de conter um alerta quaresmal.
A esperança está presente nos termos alegria e exultação porque o próprio Deus criará novo céu e nova terra e essa nova criação será o lugar da esperança porque o Senhor Deus de Israel, ali, estando no meio de nós se alegrará com seu povo que deve se voltar para Ele, encontrando em seu amor um abrigo, encontrando em Deus seu refúgio de proteção.
Contudo, nossa fé ainda é vacilante, confiamos, mas temos nossos pés detidos no universo das confusões desse ainda “velho céu e velha terra”, ou seja, o lugar onde ainda não chegou a luz do Senhor, quem vem ao mundo para nos libertar das cegueiras que assolam nossas vidas.
As crianças não morrerão crianças e os todos passarão de 100 anos, mas há os que não chegarão a 100 anos. Por que não chegarão? Seriam aqueles que apavorados pelo barulho das ondas e das tormentas se esquecem do Deus da vida e o subjugam querendo sinais para que possam crer e apavorados se perdem esquecendo de viver a essência da vida de fé que é uma vida na presença do Senhor, uma vida de confiança e esperança?
Não sabemos...
Certo é que, o Emmanuel se espanta com a “falta” de esperança... há uma necessidade de ver sinais que devem ser realizados no meio do povo para que possa crer. Existe um “algo” como se a fé fosse um ato esvaziado de credibilidade, por isso, Jesus repreende: Se não virdes sinais e prodígios, não acreditais!
O funcionário “crê”, mas precisa que o sinal seja ainda mais robusto. Qual horário a criança foi curada? Ao descobrir que fora no mesmo horário em que suplicava a Jesus, o crer se transformou em adesão.
Aderir à fé faz com que nossos atos sejam concretos e absolutos, surge a mudança da vida e das estruturas da vida.
Pe. Jean Lúcio de Souza