A tensão presente no Evangelho de hoje é a continuidade da demanda que estava contida no texto de ontem. Ora, os judeus implicaram com Jesus por ter dito ao homem curado para carregar sua cama – carregar sua vida contemplada e reconciliada – e isso interpretado ao pé da letra causou instabilidade entre o crer judaico e o crer que brota da fonte do Evangelho.
Jesus quer lembrar à comunidade que não é pelo fato de Deus ter descansado e santificado o sétimo dia que estaria encerrando seu ofício paterno. Ao contrário, o sábado não pode ser senhor do Senhor. Deus continua trabalhando, isto é, Deus continua cuidando das obras da criação tanto mais dos seus filhos e filhas.
Nesse sentido, Jesus é o símbolo perfeito do ofício divino, fazendo e agindo conforme a vontade e os ensinamentos do Pai, por isso, cura e liberta. Jesus tem um compromisso com a vida e sua Palavra que ouviu do Pai é garantia de vida e vida nova aos que a escutam, como fez o ex paralítico.
Jesus possui a vida em si mesmo e comunica a todos que o escutam. Ele se doa e nos resgata sendo elo de uma nova e eterna aliança no amor, vai restaurando a terra, refazendo a humanidade.
Jesus é a prova viva de que Deus não nos esqueceu. Seu descanso não é abandono. Deus não nos deixa no vale da morte e da ignorância, mas em Jesus, justo juiz, nos devolve a vida, respeitá-lo é respeitar o Pai. Obedecer a Jesus é obedecer ao Pai. E tudo isso é vida em nossos dias...
Pe. Jean Lúcio de Souza