Inicia-se hoje, com a celebração litúrgica da Ceia do Senhor, o evento cristão que é o coração de toda a nossa espiritualidade e de nossa mística: o Tríduo Pascal. Vejamos bem que não se trata de três celebrações, mas de três aspectos de um único mistério de amor: do amor que deixa como herança o dom-de-si no pão consagrado, e enfatiza, fazei isto em memória de mim! Bem sabemos que não se trata de uma lembrança, de algo que ficou no passado e só ocupa agora nossas mentes. Não, trata-se da vivência do mistério mais caro para a nossa fé, num presente sempre constante e renovador, prefigurado na páscoa da Antiga Aliança, celebrada às pressas, pois Deus tem pressa em compartilhar seu amor.
O sangue nos gonzos das portas prefigurava o sangue de Cristo em nossos corações, a fim de que, uma vez por todas, o sinal do amor nos marque como um selo, configurando-nos para Deus. Porque o cálice por nós abençoado, é a nossa comunhão com o sangue do Senhor! Assim, parafraseando o salmo, como poderei retribuir ao Senhor Deus por tudo aquilo que ele me fez e me faz?
E como se não bastasse a entrega de Jesus, deixando o seu sacrifício como herança santa para nós, sem temor nem tremor, completamente entregue à sua missão de servir e não de ser servido, sacramentou o serviço com o gesto do lava-pés. Depois de passar a vida servindo, entregou-se servindo, lavando, pouco antes de seu sacrifício, os pés de seus Apóstolos a fim de que não houvesse dúvida alguma que nosso maior tesouro é AMAR E SERVIR.
QUESTÃO NORTEADORA: (para ser respondida mais com o coração e a vida do que com a razão e o pensamento)
ORAÇÃO: Ó Deus, hoje nos reunimos para a santa ceia, na qual o vosso Filho único, ao entregar-se à morte, deu à sua Igreja um novo e eterno sacrifício, como banquete de seu amor. Concedei-nos, por tão excelso mistério, chegar à plenitude da caridade e da vida, do amor e do serviço, amém.
Diác. Robson Adriano F. D. e Silva