Celebramos hoje Santa Luísa de Marillac. Ela nasceu na França em 1591 e lá faleceu em 1660. Foi esposa e mãe. Colaborou com São Vicente de Paulo na condução das Damas da Caridade que se dedicavam ao serviço corporal e espiritual dos pobres. Após ficar viúva, também com São Vicente, fundou a Congregação das Filhas da Caridade, para socorrer os doentes e as famílias carentes. Seu exemplo e intercessão nos motive a testemunhar a fé com boas obras, no seguimento de Jesus e exercício da caridade fraterna.
O mundo pagão aceitou com facilidade e entusiasmo o Evangelho. Mas os judeus continuam a reagir com hostilidade aos evangelizadores. É o que revela o texto dos Atos dos Apóstolos que escutamos hoje. Paulo salvou-se porque os discípulos o rodearam (v. 20), isto é, o defenderam. Ele e Barnabé repetem a visita às comunidades já evangelizadas para as ajudar na consolidação da fé. Trata-se de uma verdadeira “visita pastoral”, em que os apóstolos encorajam os fiéis e lançam as bases de uma organização eclesiástica (v. 23), que permite a continuidade das igrejas, que lhes custaram “muitas tribulações” (v. 2). Ao chegarem a Antioquia prestaram contas do seu trabalho aos irmãos:
“contaram tudo o que Deus fizera com eles, e como abrira aos pagãos a porta da fé” (v. 27). Somos exortados, em nossa missão evangelizadora, a confiar em Deus, a enfrentar as tribulações, sem desanimar, e a encorajar a todos a “permanecerem firmes na fé”.
Jesus, no evangelho, ao se despedir dos seus discípulos, dirige-lhes palavras de adeus e de conforto. Ele concede ao seus o dom da paz (shalom) que inclui todos os bens messiânicos: “Deixo-vos a paz; dou-vos a minha paz” (v. 27). A partida de Jesus não deve causar perturbação ou medo nos seus: “Não se perturbe o vosso coração” (v. 27). Ao anunciar a sua morte, Jesus quer apoiar a fé dos discípulos e fazer-lhes ver que o que vai acontecer entra nos planos de Deus para libertar a todos do jugo do pecado e da morte, do poder do maligno. É Palavra de Deus dirigida a nós, trazendo o conforto que vem da fé para não nos perturbarmos e nem nos intimidar, mas viver a constância na fé e na esperança, sem jamais duvidar das promessas divinas.
Diante das tribulações, sigo firme na fé, confiante na solicitude de Deus? Faço-me instrumento de Deus para consolar os que vivem as tribulações da vida? Acolho para a minha vida e salvação os planos de Deus? Sou instrumento de paz com quem convivo a cada dia?
Senhor Jesus Cristo, dá-me a paz, a tua paz. Quantas vezes, procuro paz onde ela não se pode encontrar: longe da cruz, fugindo de tudo o que me incomoda, evitando quem me faz perder a paciência, esquivando-me do que me pode causar aborrecimento e fechando os olhos ao sofrimento dos outros! São tentações que me assaltam frequentemente, como sabes, Senhor! São tentações que me fazem afastar o olhar de Ti, fonte da paz, e que me fazem esquecer as tuas palavras construtoras da paz sólida e perene.
Vence, Senhor, as minhas tentações. Que a tua voz ecoe no meu coração perturbado e me ensine os teus caminhos, aqueles que levam à tua paz. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago