Vemos, na primeira leitura, que do Concílio de Jerusalém saiu uma resolução oficial sobre a questão da obrigatoriedade da Lei para os pagãos que se convertiam à fé, e foi escolhida uma delegação que, com Paulo e Barnabé, fosse comunicá-la, pessoalmente e por escrito, à igreja de Antioquia e também remetido às igrejas vizinhas que, de algum modo, tinham sido envolvidas na polémica dos judaizantes. A decisão de aceitar o princípio da liberdade do Evangelho diante da Lei foi tomada pelo Espírito Santo e pela comunidade cristã através dos seus representantes. A Igreja, desde o princípio, experimentou a presença do Espírito Santo e transmitiu-a ao longo dos séculos. É Ele quem conduz a igreja para vivermos a fidelidade a Jesus Cristo e, em tudo, fazer a vontade do Pai. O comunicado oficial causou grande alegria, afirmando que as profecias do Antigo Testamento se tinham cumprido nos acontecimentos que os afetavam diretamente.
O mandamento do amor fraterno enche o texto evangélico que hoje escutamos: «Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei» (v. 12). Jesus já tinha afirmado que há dois mandamentos: o mandamento de amar a Deus com todo o coração e o mandamento de amar o próximo como a nós mesmos. Repetia o Antigo Testamento (cf. Dt 6, 5; Lv 19, 18). Aqui, Jesus vai mais longe: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (v. 12). “Como eu vos amei”. Amar o próximo como a nós mesmos, convenhamos, já é muito. Mas, amar o próximo como Jesus nos ama, é muito mais. É o amor cristão. Como é que Jesus nos ama? Ele nos Chama de amigos, porque nos faz entrar na sua intimidade. Não nos trata como servos, mas como amigos. Conta-nos segredos da sua família: “Dei-vos a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai” (v. 15). Ele nos amou até ao sacrifício de Si mesmo. É também assim que devemos amar os nossos irmãos. Ser discípulo de Cristo consiste em amar o irmão até dar a vida por ele, tal como fez Jesus, o Filho que desceu do Céu para dar a vida por nós. Dar a vida é gastar-se na atenção e no serviço àqueles que estão ao nosso lado, que precisam de nós. É fazer-se próximo.
Acolho com alegria os ensinamentos de Deus através de sua Igreja? Sou atento em testemunhar minha fé com obras boas? Procuro amar as pessoas como Deus me ama?
Senhor, meu Deus, tu queres ser meu amigo; mas a amizade é uma troca de ternura e de benevolência. Gostaria de competir contigo nesta amizade, embora seja incapaz de fazer por Ti o que fazes por mim. Serei assíduo junto de Ti. Dá-me a graça de me manter unido a Ti pelas obras de cada dia e de me consumir por Ti no trabalho e no zelo em prol da vida e da salvação de todos os meus irmãos e irmãs. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago