Hoje celebramos a memória de Santa Rita de Cássia. Ela nasceu na Itália em 1381 e lá faleceu em 1457. Mulher de profunda oração, foi esposa e mãe de dois filhos. Nessa condição, suportou com paciência diversos sofrimentos, por amor a Cristo. Em 1407, já viúva, ingressou no mosteiro das monjas agostinianas. Sua fé era tão intensa que na testa lhe apareceu um estigma de Cristo que se manteve durante quatorze anos, até sua morte. Ela é celebrada como a “Santa das causas impossíveis”. Celebrando sua memória, disponhamo-nos a viver uma fé autêntica e frutuosa.
As afirmações do texto de hoje, dos Atos dos Apóstolos, nos mostram que a situação nas primitivas comunidades cristãs foi muito mais complexa do que pensamos. Havia muita gente com um pé no judaísmo e outro no cristianismo, meio discípulos de João Baptista e meio discípulos de Jesus. A pregação de João Batista tinha ultrapassado as fronteiras da Palestina e tinha feito discípulos entre os judeus, habitantes em outras regiões. Estes ouviram falar de Jesus e aceitaram-no como Messias. Mas faltava-lhes uma informação completa sobre a doutrina e as exigências do Mestre. Tinham abraçado a fé, eram cristãos, mas apenas tinham recebido o batismo de João, e nem tinham ouvido falar do Espírito Santo. Precisavam receber o batismo de Jesus para serem inseridos na comunidade cristã. Paulo lhes instrui na fé cristã e lhes impôs as mãos, renovando o Pentecostes, a manifestação do Espírito Santo. Deixemos conduzir por esse Espírito que há de nos fazer mais conhecedores e testemunhas do Evangelho da Vida.
No evangelho de hoje, vemos que os apóstolos estavam convencidos de que tinham compreendido Jesus e o que Ele lhes dissera. Na verdade, não era bem assim: nem tinham compreendido a pessoa de Jesus nem a sua mensagem. A sua fé era ainda muito frágil. Precisavam mesmo do Espírito Santo. É o próprio Jesus que lhes faz notar a ilusão em que tinham caído: “Agora credes? Eis que vem a hora - e já chegou - em que sereis dispersos cada um por seu lado, e me deixareis só” (vv. 31-32). A provação estava próxima e revelaria a fragilidade da sua fé. Quando a fé se apoia em seguranças humanas, não resiste à provação. Mas, quando a provação encontra alguém devidamente ancorado na Palavra do Senhor, e no abandono a Ele, então é purificada e lança-o no caminho de Jesus que afirma: “Eu não estou só, porque o Pai está comigo” (v. 32), e nos faz tomar a sério as suas palavras: “Tende confiança: Eu já venci o mundo!” (v. 33). Nós já recebemos o Espírito Santo, e já acreditamos. Mas podemos e devemos crescer na fé. Acolhamos em todos os momentos, em todas as situações o Espírito Santo com os Seus dons. Só Ele nos fará conhecer, cada vez mais, a pessoa de Cristo e o mistério do seu Coração. Só Ele nos fará compreender a sua mensagem. Só Ele nos fará caminhar no amor, mesmo no meio das tribulações, irradiando os Seus frutos.
Vivo, com integridade, a minha fé? Empenho-me em mais conhecer e testemunhar minha fé, atento em comunicar a todos a Boa Nova da salvação? Mais confio nas seguranças humanas do que na Palavra de Deus? Deixo-me conduzir pelo Espírito Santo, sou dócil a Ele, ou o que me conduz é o “espírito do mundo”?
Senhor Jesus, que na tua imensa bondade nos preparas para sermos uma nova criação no teu Santo Espírito, e para aderirmos a Ti com fé profunda, dá-me a graça de participar no teu mistério de sofrimento e de alegria, no teu mistério de caridade. Quero consagrar-Te a minha vida e fazer dela uma eucaristia para Glória e Alegria do Pai. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago