Na primeira leitura, vemos a defesa de Paulo diante do Sinédrio. O Apóstolo fôra a Jerusalém para visitar a comunidade e, a conselho de Tiago, tinha subido ao Templo. Descoberto pelos seus adversários, só não perdeu a vida porque interveio o tribuno romano, que até lhe permitiu falar à multidão. Paulo conta, mais uma vez, a história da sua conversão. Mas as suas palavras desencadeiam novo tumulto e o tributo manda reconduzi-lo à fortaleza, onde Paulo se declara cidadão romano. No dia seguinte, é levado ao sinédrio e pronuncia o seu discurso, em que habilmente explora a controvérsia existente entre fariseus e saduceus acerca da ressurreição. A confusão aumenta e, mais uma vez, Paulo é salvo pelos romanos. Mas o Senhor conforta o seu missionário e lhe garante que o seu testemunho vai continuar, não só em Jerusalém, mas também no centro do próprio Império, em Roma. A exemplo de Paulo, coloquemos nossa vida nas mãos de Deus, fazendo-nos instrumentos d’Ele na missão de Evangelizar.
No Evangelho, temos a terceira parte da “oração sacerdotal”. Jesus amplia o horizonte, fazendo referência a todos aqueles que, ao longo dos séculos, hão de acreditar n´Ele pela palavra dos discípulos. Depois pede por todos eles (vv. 20-26). Pede especialmente, para eles, uma união e unidade semelhantes às que existem entre o Pai e o Filho, ou melhor ainda, que participem nessa união e nessa unidade (vv. 21-23). Pede pela salvação dos discípulos (vv. 24-26).
Como o Pai está no Filho e o Filho está no Pai, também estes hão de estar com eles, para que o mundo creia que Jesus é o enviado do Pai. Esta unidade é possível pelo amor, a única forma de uma pessoa estar noutra sem perder a sua própria identidade. Amor é obediência, é realização da vontade do Pai. Dóceis ao Espírito Santo, aprendamos, sempre mais, a fazer o bem, a procurar a justiça que liberta e salva.
Deixo-me conduzir por Deus, na força de seu Espírito e faço-me instrumento de seu amor e de sua misericórdia? Sou perseverante diante das dificuldades e provações da vida? Procuro fazer o bem e praticar a justiça do alto, do coração de Deus? Rezo e promovo a unidade dos cristãos, ou alimento com a minha prática a divisão e o conflito?
Ó Jesus, realiza o teu testamento. Vem a mim e dá-me também o amor do Pai. Devo da minha parte fazer o que é próprio para favorecer esta união. Devo viver junto de Ti, Contigo, em Ti, em união com o teu divino Coração, fazendo tão constantemente quanto possível atos de amor, de reconhecimento, de reparação e de oração. Que a união Contigo me leve a me empenhar na união com todos os meus irmãos e irmãs. Trabalhar pelo teu Reino é, sobretudo, mergulhar na fraternidade, que é sinal da tua presença, da presença do teu Reino. Faz-me compreender o mistério da união Contigo, alimentando em mim a fraternidade e o compromisso missionário. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago