Nossa caminhada ao lado do Senhor é uma agradável jornada, cujas escolhas cotidianas, desde as mais simples às mais complexas, sempre deverão ter como alicerce a Palavra Divina a qual devemos toda obediência e, tudo aquilo que estiver aquém desta Palavra, não representa a vontade de Deus devendo ser evitado.
A simples ideia de um cabrito roubado na casa de Tobit o faz rejeitar o presente recebido por sua esposa. Radicalidade na observação daquela que é a vontade eterna: não cometer o crime, nem fomentá-lo, de qualquer forma que seja. O coração que se ordena a Deus é um coração justo.
Os fariseus e os partidários de Herodes enviados para a prática do mal chegam iguais a serpentes venenosas espreitando sua vítima, prontos para o ataque e para a morte.
Eles tramam contra o Deus da Vida, mas a provocação não vai adiante.
Os dois poderes da época unem-se contra Deus. Os fariseus representam as autoridades da teocracia hebreia. Os partidários de Herodes representam o governo nefando de um déspota e assassino do profeta João Batista. Jesus enfrenta os dois poderes, por entender que nenhum desses ramos representavam a permanência e a obediência à vontade de Deus, pelo contrário, simbolizavam justamente tudo aquilo que era símbolo da abominação de Deus, tudo o que o Senhor rejeitava na conduta humana estava contido naquela relação medíocre.
De quem é a inscrição na moeda? Do vil metal, que traça corrói e o ladrão rouba? Ora o que é exaurível tem a marca do efêmero e passageiro. Isto pertence aqueles que buscam o que perece como os poderes humanos. Aqueles que optam deliberadamente pelas coisas de “César”: o poder, carreirismo, orgulho, maldades sem medidas, inveja, rancor, vivem desta moeda e por ela morrem e matam.
De quem é a inscrição no coração humano? É Deus que se inscreve em nosso coração. Como diz o autor do livro do Cântico dos Cânticos (8,6) – grava-me, como selo em seu coração, como selo em seu braço – Ele está gravado em nossos corações que é sua propriedade e morada. Somos, como nos instrui São Paulo (2Cor 3,3) – De fato é evidente que vocês são uma carta de Cristo, da qual nós fomos instrumento; carta escrita, não com tinta, mas nas tábuas de carne do coração de vocês – é esta carta que possui enorme valor porque fomos e somos em Deus sua mensagem para o mundo. O Senhor mesmo é nosso tesouro e nossa riqueza. Quem vive do amor de Deus edifica a humanidade nesse mesmo amor gravado em nossos corações. Nós somos a carta de Deus o que o mundo deve ler em nossos corações abertos. Nós quantificamos em bondade e serviço, não quantificamos na fragilidade daquilo que é passageiro.
Dai a César o que é de César: o que é efêmero e fugaz.
Dai a Deus o que é de Deus: nossos corações gravados no amor.
Pe. Jean Lúcio de Souza