Caros irmãos e irmãs, hoje, de modo especial, não quero dirigir nossa atenção, de modo objetivo, às bem-aventuranças, mas quero chamar nossa atenção para outro fato, muito importante deste pequeno trecho do Evangelho de Mateus, que nos impulsiona para vivermos as dimensões ali contidas.
O texto que temos no lecionário diz que “Jesus começou a ensiná-los”. A tradução da Bíblia de Jerusalém assim descreve “e Jesus pôs-se a falar e ensinava, dizendo”.
É interessante pensar, a Palavra Eterna do Pai encarnada, Jesus Cristo Senhor nosso, fala conosco, estabelece um diálogo, uma conversa racional e pede-nos respostas de seguimento.
Por que estou partindo deste ponto? Porque é justamente para ele que gostaria de chamar nossa atenção. Nosso pensamento parte do olhar aguçado do bispo Santo Agostinho quando nos ensina lembrando a essência de Mestre de Nosso Senhor Jesus Cristo. Outrora, Deus mesmo falava por meio de seus profetas e ministros, agora Ele mesmo dirige-se a nós em Seu Filho, como Mestre que é, e nos ensina sua Santa vontade.
Santo Agostinho insiste: a tua justiça é como as montanhas de Deus. Esta convenientemente simboliza o único Mestre, o único adequado a ensinar muitas verdades. Ele ensinou sobre o monte. Também ensina sentado, por isso pertencer à sua dignidade de Mestre.
Logo, acredito que conseguimos chegar ao cerne inicial: Deus mesmo se dirige a nós e nos instrui naquelas verdades plenas e últimas as quais somos chamados a seguir e por elas lutar. Ao ouvirmos o texto das bem-aventuranças, podemos nos sentir ainda mais comprometidos com essa realidade, tanto mais deixarmos de buscar desculpas que tentem diminuir as palavras de fé ali contidas nos termos presentes neste texto, justificando nossas fugas para a vivência das características da subida daquela montanha que é o próprio Senhor.
É preciso termos a disposição reta em ouvir o Senhor.
Pe. Jean Lúcio de Souza