Jesus, no Evangelho de hoje, nos apresenta três sentenças muito intrigantes, que servem de orientação sobre a caminhada dos fiéis, no meio da comunidade.
A primeira sentença está ligada à disposição dos corações e consciências. Para aqueles homens e mulheres cujos corações estão endurecidos e possuem consciências pré-ordenadas ao mau e ao preconceito estarão completamente fechadas à novidade do Evangelho, que, na ocasião, é o nosso tesouro – onde estiver o seu coração aí estará o vosso tesouro (Mt. 6,21) – e, mesmo que alguém voltasse dos mortos, como acontece no pedido do homem rico na cena de Lázaro junto a Abraão (Lc 16,31), jamais conseguiriam crer. Isso sim seria lançar pérolas aos porcos e aos cães as coisas santas.
A segunda sentença é um chamado de atenção à vida prática e objetiva, isto é, não existem meias medidas quando se trata de viver, ou optamos por aquilo que é certo, justo e, portanto, ético e viver o que nos cala ao coração, ou então, haverá um hiato entre o que dizemos crer e o que vivemos causando uma instabilidade social. Crer e viver é simbiótico, uma soma existencial. Se acredito que o bem é algo necessário devo praticá-lo, não importando, verdadeiramente quem receberá o bem que pratico, desde que, coerente, ético e, assim, justo. A conduta assim vivida, implica na sedução do outro que optará pela prática do bem, junto comigo. Se queres que vos faça, force-os a fazer, pelo bem que praticardes.
A terceira sentença fecha as anteriores, passar pela porta estreita da coerência de quem aderiu ao Evangelho e optou por vivê-lo e comunicá-lo com a vida aos outros é perceber que encontrará barreiras entre as pessoas e que também deverá ser perseverante em lembrar que o Evangelho é a vida que escolhemos viver, Ele é nosso tesouro, desta forma, tornando-o em fé viva, brilharão nossas ações diante dos homens e mulheres e eles verão como o amor de Deus é lindo e nos alcança e preenche. Mas poderá ser difícil – se queres entrar para o caminho do Senhor, prepara-te para a provação – a porta é estreita, mas Jesus não disse que estava fechada, todos podemos passar por ela, contudo, a luta para permanecermos em Deus, será grande.
Pe. Jean Lúcio de Souza