Deus não criou o mundo num capricho de desvelo e o abandonou à sorte de suas próprias leis; Deus não entregou a obra de suas mãos ao léu, ou relegou os seres humanos a vagar sem sentido numa vida efêmera e passageira; Deus não tirou tudo do nada a fim de que tudo fosse um capricho divino e voltasse para o nada. Não! O Deus que cremos por amor nos criou, por amor nos acompanha e no amor nos espera quando do fim de nossas jornadas. Mas enquanto esse dia não chega fomos congregados na fé daqueles primeiros Apóstolos que, de antemão, foram testemunhas da verdade e doaram suas vidas para que, dentro ou fora do povo da promessa, dentro ou fora da Igreja o amor fosse conhecido e nossas vidas tivessem o rumo do céu, por já vivermos aqui o sentido do amor.
A Igreja Católica participa, com propriedade, do sonho do amor de Deus para o mundo e para os seres humanos, apesar de nossas fraquezas e das falhas dessa própria Igreja, santa e pecadora. Santa porque nascida do coração aberto de Cristo na cruz e do Espírito derramado em Pentecostes, mas também pecadora, pois todos que a formamos, assim o somos e para nós foi exatamente que o Senhor Jesus nos visitou, amou, redimiu e ensinou-nos do céu!!!
Esse é o sentido de comemorarmos São Pedro e São Paulo, homens de fé, colunas vivas da Igreja, edificada sob o senhorio de Cristo e sua vontade de que sobre a rocha de Pedro fosse edificada sua Igreja, e sob a missão de Paulo o Evangelho de Cristo chegasse a todas as criaturas.
Os grilhões são quebrados, as espadas cegadas, as orações expressam a força da fé diante de Deus, pois como filhos Dele não nascemos para as prisões... do pecado, do desamor, do ódio, das afeições desordenadas..., nascemos para sermos da luz e iluminar caminhos e corações, e assim bendizer o nome de Deus todos os dias de nossa vida enquanto aqui vivemos. E este sacrifício de uma vida inteira doada ao amor se une ao sacrifício sagrado do Filho Bendito que se sacrificando cativou inúmeros para Deus e seu Reino. Desde homens rudes, como Pedro, ou cultos e ciosos de lei, como Paulo, para serem um só em Cristo e todos, em Cristo, sermos de Deus.
A pergunta que o Senhor Jesus dirige aos seus Apóstolos e discípulos, de ontem e de hoje, continua a mesma: - Para vocês, quem sou eu? Não se trata de um questionamento intelectivo, mas existencial, afetivo, amoroso, envolvente e exigente, por tratar-se de um questionamento que não pode ser respondido numa fala. A resposta deve ser a de uma vida vivida segundo a bandeira do amor. Mais do que uma simbólica chave de uma porta no céu, Pedro recebeu a chave de cada coração que diante da questão de Jesus encontra-se provocado pelo amor de Deus que não cansa e nem se cansa de atrair-nos para si. E só há uma forma de abrir o coração: por dentro, com uma vontade conquistada pelo amor e desejosa de ser de Deus construindo o bem.
QUESTÃO NORTEADORA: (para ser respondida mais com o coração e a vida do que com a razão e o pensamento)
ORAÇÃO: Ó Deus que nos conquistastes para vós com o amor de vosso Filho e a fidelidade de homens e mulheres que deram a vida por Ele, concede-nos, nos passos de São Pedro e São Paulo amar-vos sobre todas as coisas e testemunharmos nossa fé por obras de amor e fraternidade até o dia em que felizes nos encontraremos junto de vós, em nossa morada definitiva, amém.
Diác. Robson Adriano F. D. e Silva