A fome é sinal, na dimensão material, de que o corpo necessita do essencial para renovar as energias e continuar vivo. No plano espiritual, a fome é a necessidade que temos de manter um relacionamento afetivo com Deus a fim de que o sentido da vida e de todas as coisas não abandone nosso coração. Fome de pão e fome de Deus fazem parte de nossa vida na exata medida que nossos pulmões necessitam de ar, ou que as plantas necessitam de água, ou que todos nós necessitamos da luz e do calor do sol.
Ora, os preceitos religiosos só fazem sentido se preservam em nós alimento para nosso espírito, caso contrário se tornarão ritualismos vazios que se tornarão pesados fardos e nunca terão poder de salvação. Era isso que Jesus quis ensinar aos fariseus. N’outra versão deste Evangelho, Jesus disse que o sábado foi feito para o homem e não o contrário, assim como a misericórdia está para a vida. Jesus que era Senhor do sábado, maior que o templo, executou, com a entrega de sua vida, o único e agradável sacrifício a Deus, por causa de sua fidelidade e amor sem limites. Por causa de Cristo, Deus quer mais misericórdia do que sacrifício, pois além de não suplantar os sacrifícios que fazemos cotidianamente, a misericórdia faz o amor chegar onde precisa curar e salvar.
A Páscoa celebrada às pressas pelo Povo de Israel, por causa da marcha para a Terra Prometida, é a prefiguração da páscoa cristã, com uma diferença fundamental: o sangue do cordeiro fora substituído pelo sangue do Cristo, e os umbrais das portas, a liberdade de um coração que compreendendo o amor de Deus não se opõe aos seus desígnios. Também nós temos pressa, da santidade que nos garante o céu depois desta vida, mas também a justiça e a misericórdia que socorre os irmãos neste mundo.
QUESTÃO NORTEADORA: (para ser respondida mais com o coração e a vida do que com a razão e o pensamento)
ORAÇÃO: Ó Deus, que nos mostrais a luz da verdade quando erramos, fazei-nos sempre retornar ao bom caminho dando aos que professamos a fé em vós, rejeitar o que não convém aos cristãos e abraçar tudo o que é digno desse nome, amém.
Diác. Robson Adriano F. D. e Silva