Celebramos hoje a memória de Santo Afonso Maria de Ligório. Ele nasceu na Itália em 1696 e lá faleceu em 1787. É celebrado como bispo e doutor da Igreja. Colocou os seus dons para anunciar, ardorosamente, o Redentor e tornou-se apóstolo do culto à Eucaristia e à Virgem Maria. Fundou a Congregação do Santíssimo Redentor – os Redentoristas, destinada à evangelização dos pobres e à missão. Com ele, somos chamados a nutrir grande amor à Eucaristia e confiança na proteção da Virgem Maria e a nos empenhar no anúncio de Jesus, o Redentor do mundo.
A primeira leitura faz referência a Aliança que Deus celebra com o seu povo, no Monte Sinai, através de Moisés, dando-lhe as tábuas da Lei, os dez mandamentos. Apesar do pecado do povo, Deus em sua misericórdia e bondade, permanece junto do povo. É muito sugestiva a súplica de Moisés diante do Senhor: “Se é verdade que gozo de teu favor, peço-te, caminha conosco; embora este seja um povo de cabeça dura, perdoa nossas culpas e pecados e acolhe-nos como propriedade tua” (v. 9). O texto nos ensina que a verdadeira Aliança com Deus não é um lugar material, mas reconhecer-se pecador e estar disposto a acolher a misericórdia divina e praticar os seus preceitos. Apesar dos nossos pecados, Deus tem misericórdia e caminha conosco. Também nós somos um “povo de cabeça dura”.
No Evangelho, Jesus nos explica a Parábola do Joio. Ela nos alerta para a existência de outro semeador: o semeador do mal. Onde Deus semeia, também Satanás semeia. A ação do semeador do mal caracteriza-se por acontecer durante a noite, enquanto os empregados dormem. Durante o dia, não seria possível uma tal ação. A separação entre o que é bom e o que é mau só terá lugar no momento da ceifa, isto é, no dia do juízo final (cf. Mt 9, 37; Mc 4, 29; Jo 4, 35). Quando chega o tempo da ceifa - não antes, para não arrancar também o trigo - o dono dirá aos ceifeiros que cortem o trigo e o joio e que os separem: o joio vai para queimar e o trigo é guardado no celeiro. Esta parábola é para nós um grande ensinamento: tanto Deus como Satanás semeiam a sua semente. Deus tolera essa sementeira, o seu crescimento e a maturação de ambas as sementes, para dar aos maus oportunidade de conversão. Temos muito de “trigo”, mas também de “joio”. Aqui vale a exortação de Jesus: “quem tem ouvidos, ouça” (v. 43). O tempo de produzir “trigo” bom, é agora.
Reconheço que à semelhança do povo de Deus no Antigo Testamento, tenho também “cabeça dura”? Que “bezerros de ouro” sou, hoje, tentado a adorar? Empenho-me em viver à luz dos preceitos divinos, na observância de seus mandamentos? Sou trigo bom, tenho produzido bons frutos? Que joio tem me atrapalhado na vivência do seguimento de Jesus?
Senhor Jesus, Tu viveste intensa intimidade com Deus, a quem chamavas "Abbá" - Pai, mas quiseste viver também em grande intimidade conosco pela tua santa encarnação e através da Eucaristia, teu corpo e sangue, dados em alimento. Nós te louvamos por ser nosso alimento de caminhada, nossa luz e nossa força. Obrigado, Senhor! Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago