Na primeira leitura, vemos Moisés que, em obediência a Deus, constrói a tenda, a "Morada" do Senhor (vv. 16-21) e Deus vem estabelecer-se no meio do seu povo escolhido (vv. 34-38). Depois do Sinai, é a tenda o lugar ideal onde cada pessoa pode entrar em contato com o Senhor e dialogar com Ele. O sinal visível do Deus invisível era a “nuvem”, que regulava as etapas do caminho do povo no deserto rumo à terra prometida. Para João, a humanidade de Cristo será a nova tenda, o novo templo onde reside toda a plenitude de sabedoria, graça e verdade, em que se manifesta a presença perfeita do Emanuel, o Deus-conosco. Quanto nos conforta saber que Deus mora no meio do seu povo e que a sua presença enche nossa morada.
No Evangelho, a parábola da rede que, lançada ao mar, “apanha toda a espécie de peixes” (v. 47), aprofunda o significado da parábola do trigo e do joio. É uma parábola eminentemente escatológica, pois se refere a realidades que terão lugar nos últimos dias, no último dia. Como na rede se encontram peixes bons e peixes ruins, assim também na Igreja há quem viva e acolhe a Palavra de Jesus, e há quem a recuse ou permaneça indiferente. A separação de uns e de outros acontecerá no fim dos tempos e pertence a Deus fazê-la (vv. 47-50). Entretanto, como na parábola do trigo e do joio, bons e maus têm de conviver ou coexistir até ao fim. Só então se manifestará clara e definitivamente quem é bom e quem é mau; quem confessou Cristo com o coração e os lábios e quem o confessou só por palavras; quem pertence à comunidade dos filhos de Deus e quem não pertence. Estes últimos terão a sorte dos peixes ruins e do joio.
Sou obediente à voz do Senhor, procuro fazer a sua vontade? Deixo-me conduzir pelos seus santos ensinamentos? Venho fazendo o bem ou o mal? Em que posso e preciso melhorar?
Senhor, Tu quiseste habitar no meio de nós e o fazes de muitos modos. Hoje quero agradecer-Te, particularmente, pela tua presença na Eucaristia, verdadeira morada entre nós, presença escondida, mas real, nas espécies eucarísticas. Aí podemos receber-Te para que, não só habites no meio de nós, mas habites em nós, qual mistério inefável de teu infinito amor. Obrigado, Senhor! Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago