Hoje a Igreja celebra a memória de São João Maria Vianney. Ele nasceu na França em 1786 e lá faleceu em 1859. Ordenado presbítero, foi enviado à aldeia de Ars, onde se tornou imagem viva do Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas. Dedicou-se à pregação e à conversão de multidões que vinham ao seu encontro para ouvir as suas orientações e receberem o sacramento do perdão. É celebrado como o Padroeiro dos sacerdotes. A sua memória nos anime a vivenciar os valores cristãos na família, na Igreja e na sociedade e a rezar sempre pelos nossos sacerdotes e pelas obras das vocações sacerdotais.
Primeira sexta-feira, dedicada ao Sagrado Coração de Jesus.
O texto que escutamos na primeira leitura, do livro do Levítico, refere-se ao ciclo litúrgico das diversas festas anuais do povo de Deus. A digna celebração das festas deve levar os indivíduos a sair da sua autossuficiência, inserindo-os numa vida com dimensão comunitária. Os elementos fundamentais das festas de Israel são especialmente dois: a convocação da santa assembleia do povo e o repouso do trabalho. O primeiro, cadencia a vida do povo e faz-lhe reviver, particularmente na celebração litúrgica, as maravilhas operadas por Deus na sua história; o segundo, afasta o povo das coisas materiais e quotidianas para o introduzir no tempo forte de Deus. Entre as festas, a páscoa ocupa um lugar especial: ela faz memória do Senhor que manifestou o seu poder salvador para libertar Israel. Nossas festas cristãs inspiram-se nas festas hebraicas, mas enriquecidas com o novo conteúdo cristão. É em Jesus Cristo, o Messias, que se dá a plenitude da revelação de Deus e a Aliança definitiva.
Acabado o discurso das parábolas, São Mateus introduz, no seu Evangelho, outro material narrativo que marca a progressiva separação entre Jesus e Israel e evidencia a formação específica dada ao grupo dos discípulos (Mt 13, 54-17,27). O texto de hoje refere-se à rejeição de Jesus pelos seus conterrâneos. A apresentação "oficial" de Jesus na sinagoga da sua terra redunda em completo fracasso. Após o assombro inicial, os seus conterrâneos interrogam-se sobre a identidade de Jesus. A frase mais significativa é esta: “estavam escandalizados por causa dele” (v. 57). A atitude dos nazarenos é significativa de todos aqueles que procuram compreender Jesus, partindo unicamente do que pode saber-se sobre Ele: é da nossa terra, filho do carpinteiro, conhecemos a sua família, estudou na nossa sinagoga... Jesus foi incompreendido e desprezado, tal como o foram os profetas... O mesmo sucederá com os seus discípulos... Não busquemos, pois, as glórias deste mundo. Pelo contrário, apossemo-nos de “nossa cruz” no seguimento a Ele, o Cristo crucificado-ressuscitado.
Vivo, com amor, a vocação que Deus me deu? Alimento minha vida cristã com as festas cristãs, reconhecendo as maravilhas de Deus e oferecendo a Ele o melhor de nosso tempo? Sou perseverante na fé, mesmo diante das provações da vida?
Senhor Deus, faz-nos compreender a importância do trabalho como meio para a nossa subsistência, de realização pessoal e de participação na tua obra da criação. Mas faz-nos também compreender a importância do descanso e da festa, para nos encontrarmos mais intimamente contigo e com os nossos irmãos e irmãs. Que jamais nos deixemos escravizar pelo trabalho, mas sempre vivamos na liberdade e na alegria, para estarmos em comunhão contigo e construirmos verdadeiras relações fraternas. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago