Celebramos hoje a memória de São Domingos de Gusmão. Ele nasceu na Espanha em 1170 e faleceu na Itália em 1221. Foi presbítero, estudioso da Bíblia e grande pregador. Fundou a Ordem dos Pregadores, os Dominicanos, com a finalidade de anunciar a Boa-nova ao mundo. Foi grande propagador da devoção ao Rosário. A seu exemplo, sejamos anunciadores, fervorosos, do Evangelho da salvação e tenhamos o gosto pela oração do Rosário.
O texto de hoje, do livro dos Números,nos mostra a contestação de Maria e de Aarão contra Moisés, por causa do seu casamento com uma etíope. Aarão e Maria mostram-se incapazes de julgar Moisés na sua grandeza de eleito de Deus, pelo simples fato de se ter casado com uma etíope. Mas Deus defende Moisés. Fala de Moisés, seu amigo e confidente, na tenda da reunião: «Falo com ele frente a frente, à vista e não por enigmas... Como é que não tivestes medo de falar contra o meu servo, contra Moisés?» (v. 8). O castigo de Maria é um sinal, também para nós, para não nos deixarmos levar pelo ciúme, por preconceitos ou ficar julgando os outros. Não pode agradar a Deus quem age assim e rebaixa o seu irmão. Quanto a Moisés, ele não perde tempo: Com uma oração cheia de confiança e de atrevimento, ele pede a cura de Maria. Seu exemplo nos estimula a ter um coração humilde e misericordioso, que confia em Deus e sabe perdoar. Um coração semelhante ao Coração de Deus.
No seu Evangelho, Mateus já tinha narrado uma tempestade que surpreendera os discípulos enquanto o Mestre dormia (8, 23-27). Nessa ocasião, Jesus revelou-se como "Senhor do mar", o que suscitou a pergunta sobre a sua identidade mais profunda. Jesus aproveitou para reafirmar a necessidade da fé para quem O queira seguir (cf. 9, 19s.). No episódio de hoje, a tempestade surge quando os discípulos avançam sozinhos pelo mar, enquanto Jesus tinha ficado para “orar a sós” (v. 23). A sua chegada milagrosa gera nos discípulos perturbação e medo (v. 26). Mas a sua palavra traz serenidade e lhes dá coragem (v. 27). Pedro até se atreve a imitar o Mestre, descendo ao mar e tentando caminhar sobre as ondas (vv. 28ss). Mas a sua fé hesita e Jesus tem de lhe estender a mão para mostrar-lhe que só apoiado n´Ele se pode chegar à salvação (vv. 30ss.). A mesma experiência de salvação é feita por todos nós, por todos aqueles que entram em contato com Jesus, que reconhecem a sua verdadeira identidade e que podem dizer, como Pedro: “Tu és, realmente, o Filho de Deus!” (v.32). Guardemos a fé e nos contratempos da vida, cheios de confiança, recorramos a Jesus que nos conforta com suas palavras: “Não tenhais medo” e nos estende sua mão salvadora.
Como trato as pessoas, com fraternidade e respeito ou com fofocas e preconceitos? Sou ciumento, tenho inveja das pessoas e por isso procuro prejudicá-las? Faço o bem ou faço o mal? Minha fé é firme ou hesitante? Reconheço o amor de Deus por mim e me apoio n’Ele para percorrer o caminho e cumprir, com frutos, a missão a mim confiada?
Recebe-me, meu Deus, na tua intimidade, tal como recebeste Moisés, teu servo e amigo. Acolhe-me como acolheste Jesus, teu Filho muito amado. Que na oração, eu possa experimentar a tua viva participação na minha vida de cada dia, o teu estar atento para escutar e acolher as minhas preces. Dá-me a graça de falar Contigo, como um amigo fala ao seu amigo. Dá-me, ainda mais, a graça de, como Jesus, rezar imerso no teu coração de Pai. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago