Na primeira leitura, escutamos o relato da morte de Moisés. Com ele, termina o Pentateuco, onde Moisés é grande protagonista. O relato é sucinto. O Senhor, fiel à sua promessa, apresenta a terra a Moisés e ao povo. Logo depois acontece a morte e a sepultura de Moisés, “servo do Senhor”. A narrativa conclui com um elogio típico dos homens que deixaram marcas na história, mas com as características únicas de Moisés: “com quem o Senhor falava face a face” (v. 10). Ele é o homem dos sinais e prodígios, o homem do êxodo, da páscoa, da libertação e da liberdade. A sua memória fica unida à dos antigos patriarcas. O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó é também o Deus de Moisés.
No Evangelho, Jesus continua a tratar das relações dos discípulos com os irmãos, isto é, os pequenos e pecadores. A questão central, hoje, é a seguinte: como deve a comunidade cristã comportar-se perante o pecado e o escândalo (18, 3-11) e perante o pecador? Mateus já convidou à misericórdia, ao contar a parábola da ovelha perdida. Agora, apresenta um itinerário que leva ao perdão: aproximar do pecador, a sós (v. 15); repreendê-lo diante de duas ou três testemunhas (v. 16); interpelá-lo na assembleia (v. 17). Jesus confere aos seus discípulos um poder especial, para realizar esta pedagogia (v. 18).
O irmão só pode ser condenado quando teimar permanecer no mal, recusando a conversão e o perdão (vv. 15-17). Nesse caso, Deus ratifica o agir da Igreja.
A correção fraterna deve ser realizada, com extrema delicadeza e espírito fraterno, num ambiente de união e de oração, que garante a presença do Ressuscitado.
Procuro viver com fidelidade, em tudo fazendo a vontade de Deus? Coloco, à luz da fé, meus dons e bens a serviço? Sou atento em praticar a correção fraterna? Tenho facilidade em acolher os conselhos das pessoas que me querem bem?
Senhor, como é bom viver na tua casa e receber a ajuda dos irmãos para caminhar na tua presença; receber a graça da correção fraterna, quando acabo caindo no erro. A tua Igreja é, na verdade, antecipação da vida celeste, uma terra prometida que como Moisés, no monte Nebo, e mais do que ele, Tu mesmo me mostras e me fazes saborear. Que reine entre mim e meus irmãos o amor fraterno. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago