Na primeira leitura, Paulo lembra o quanto sofreu e se cansou para anunciar a Boa Nova aos irmãos da Comunidade de Tessalônica; o desapego material e a dedicação com que o fez, procurando não ser pesado a ninguém, trabalhando para a sua subsistência. Sua vida e as ações realizadas são um sinal da autenticidade da missão que Deus lhe confiou. Paulo, em tudo, contempla a obra que Deus realizou através dele. Esta contemplação é a recompensa de quem anuncia o Evangelho. Aprendamos de Paulo a conduzir nossa vida cristã na justiça, na retidão e na santidade, diante de Deus, como ele mesmo o diz: "comportar de modo digno de Deus que vos chamou ao seu Reino e à sua glória" (v. 12). Sua palavra é uma exortação a que possamos corresponder melhor ao chamado de Deus.
No Evangelho, vemos o último dos sete "ai de vós" que Jesus dirige aos escribas e fariseus hipócritas. A crítica de Jesus ao legalismo não tem por alvo a lei, mas aqueles que, a pretexto da lei, pretendem iludir as suas exigências profundas. Jesus os chama de "sepulcros caiados" (v. 27) pois cuidam do exterior, para que seja agradável à vista, enquanto no seu interior reina a decomposição e a morte. De fato, o que deve contar é o que cada um é diante de Deus e não o que se mostra diante dos outros. O ensinamento é claro: Não ser falso, mas viver com autenticidade e verdade. Estamos sujeitos às mesmas tentações, facilmente procuramos satisfações, estima, honrarias... tentados à superficialidade, às aparências de bondade e santidade. Não podemos viver de aparências.
Empenho-me em ser instrumento de Deus na missão de Evangelizar? Vivo minha vida cristã na justiça, retidão e santidade? Reconheço que tudo é graça, é dom e bênção de Deus? Cuido só do exterior, malhando o corpo, mas não a alma, no exercício da fé e do amor? Vivo com autenticidade e verdade ou cedo às satisfações desregradas do mundo?
Senhor, meu Deus, ensina-me a ser coerente com a minha fé, com o Evangelho que professo. Ensina-me a viver de modo digno de Ti, para poder participar no teu Reino e na tua glória. Alcançai-me a graça de acolher com disponibilidade a tua Palavra e, com zelo ardente, proclamá-la aos meus irmãos e irmãs. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago