É engraçado como a verdade incomoda! Há no texto de hoje um misto de alegria com ódio, de esperança com indiferença, que surge justamente quando Jesus expõe ao povo as realidades da fé ocultas aqueles corações endurecidos.
Quando Jesus lê a passagem do livro de Isaías e comenta-a, as pessoas se alegram e testemunharam sobre a presença de Jesus no meio do povo, mas a esperança vira desdém: “não é este o filho de José?”. A dúvida perpassa a consciência dos que se saciam dos sinais, mas não se alimentam do Verbo, são os curiosos na fé. Perseguem apenas os sinais, não desejam reconhecer Jesus como aquele que é ungido pelo Espírito e que vem trazer a Boa Nova ao povo.
Quando Jesus adentra na dimensão profética de sua missão aquela alegria inicial e testemunho transformam-se em ódio porque o povo percebe que a esterilidade dos sinais dos antigos profetas se aplicava também a eles naquele momento – na terra de Jesus, no meio dos seus iguais, de sua raça, os sinais não serão operados, por um motivo óbvio: não creem no Filho do Homem.
As pedras da incompreensão não lhe atingem, não é chegada sua hora! Jesus continua seu caminho profético – não será dado nenhum sinal àquele povo a não ser o sinal de Jonas.
Pe. Jean Lúcio de Souza