Memória dos Santos André Kim Tae-gon, presbítero, Paulo Chóng Hasang e companheiros, mártires.
Gosto muito de festas, toda festa é muito bem-vinda para mim, desde aquelas feitas nos fundos dos quintais com duas ou três pessoas àquelas que nos deixam malucos e desorientados do preparo ao encerramento.
Interessante pensar que, sempre, desde a menor festa à maior exige preparação e cálculo, afinal, como se diz entre nós: “não queremos passar vergonha”.
O Evangelho de hoje, inicialmente, evoca-me a isso a uma bela festa, mas uma festa que é antecedida por uma preparação. João é a preparação para a festa, asceta e extremamente objetivo, ele prepara a festa, prepara o caminho, nada pode dar errado, senão não se chega à festa do Noivo, do Cordeiro.
Jesus é o Noivo, o dono da festa. Ele comunica a alegria dos festejos que, somente Nele, ganham uma dimensão maravilhosa, a dimensão da graça e da vida em abundância. Quem não gostaria de participar de uma festa onde o vinho não acaba, onde a comida não acaba, onde ninguém é excluído, todos são convidados, todos dançam e cantam depois de percorrem o caminho preparado para se encontrar com o Noivo, dono de toda alegria.
Interessante pensar que os que escolheram o caminho de João chegaram à festa pela mudança do histórico de suas vidas (mas ainda vacilantes).
Depois será o próprio João que os apresentará o dono da festa – eis o Cordeiro de Deus – Ele é o dono festa (porque, de dentro pra fora nos mostra o absoluto de sermos quem somos, imersos no Absoluto de Deus, e amar o que somos para amar o que os outros são) ide atrás Dele e permaneçam com Ele, deixem-se curar, deixem-se transformar, deixem-se entreter com esse amor que se doa a todos.
Os pequeninos reconhecem esse Noivo, os pecadores, os publicanos, as prostitutas pobres condenadas da sociedade, os adoecidos, coxos, cegos, leprosos, crianças, viúvas com seus mortos filhos, pequenos de baixa estatura que sobre as árvores esperam ver Jesus passar, Marias Madalenas aos montes, umas tantas famílias completamente fora dos padrões da época de tantas Martas, Marias e Lázaros, e tantas outras como as de hoje, Pedros e seus sucessores, Joões, vários Mateus, Saulos, crentes feito os medrosos Nicodemos espalhados aqui e ali, e outros pagãos e não crentes, gente que nunca deve ter entrado numa sinagoga (ou igreja) feito o oficial que pede a cura por alguém que ama, um escravo, provavelmente tão pagão quanto, tudo quanto era desprezado e perdido.
Ah que maravilha, todos encontramos ninho no abraço acolhedor de Jesus que não despreza ninguém, acolhe curando e curando liberta.
Essa sabedoria de Deus que ama tudo quanto é desviado e desvalido, maluco e perdido e ainda coloca todo esse povo, curado pelo Amado, na festa de Seu Filho único. Ah essa sabedoria de Deus que confunde aos muitos sábios e entendidos, metidos a muito saber e pouco amar, e acolher, e perdoar e misericordiar...
Ah, não julguemos os loucos pelo caminho. Não julguemos, porque já podem ter chegado na festa. No final, tudo e todos no mesmo querido e esperado Santo Abraço reconciliador de Jesus que muito ama tudo e todos (não importando a desinência nominal usada!).
Pe. Jean Lúcio de Souza